O cerco parece que vai apertar nas estradas espanholas. Segundo o que foi publicado pela Direção-Geral de Trânsito (DGT), vão entrar já ao serviço dentro de poucas semanas novas tecnologias para controlar o tráfego rodoviário. De drones a radares com maior alcance, a vizinha Espanha terá um arsenal de dispositivos para detetar as infrações e autuar os infratores.
Os novos radares incluem sistemas fixos e seccionais, incorporando técnicas como radares em cascata e anti-travagem, que permitem detetar um excesso de velocidade numa distância maior e, portanto, ineficaz quando o condutor trava perto dos dispositivos.
Espanha recebeu só este ano mais de 100 radares fixos nas suas estradas. Contudo, há novas tecnologias, como drones, que irão perceber se o condutor está ou não a infringir a lei.
Atualmente a Espanha possui 780 radares fixos. Para o próximo ano serão instalados 10 novos radares fixos, que rodarão num total de 20 cabines. Isto é, tal como acontece em Portugal, são colocadas as cabines de acomodação do radar, mas pode não ter qualquer radar.
Segundo informações, esta é uma estratégia que já é usada há alguns anos e que parece funcionar relativamente bem: “o condutor vê a caixa, recebe o aviso no navegador e trava”.
Drones entram em ação para vigiar os condutores
Além dos radares fixos, dos móveis e de outras estratégias para “dissuadir” os aceleras, a DGT expandirá o uso dos seus drones de vigilância nas estradas. Na verdade, estes dispositivos voadores não são radares reais, mas têm uma função semelhante.
Desde 2019, a DGT possui uma frota de drones. No total, hoje são 39 drones, dos quais 23 estão preparados para vigiar e multar. Não se sabe quantos drones novos serão adicionados no próximo ano, mas irão complementar a rede de radar para monitorizar a velocidade.
A polícia tem igualmente utilizado estes drones para detetar se os condutores estão a usar o telemóvel enquanto conduzem.
Como funcionam os radares “anti-travagem”
Nalguns países é utilizada uma técnica de colocação de radares fixos que se chama radares de velocidade em cascata. Na verdade, este sistema consiste em colocar um dispositivo móvel atrás do fixo. Os condutores podem normalmente pensar que “depois de um radar de velocidade não pode haver outro”. Com este sistema de várias câmaras de velocidade em sucessão, é possível detetar condutores que aceleram após a passagem do radar de velocidade fixo inicial.
Paralelamente, existem também sistemas “anti-travagem”, que são exatamente o oposto dos radares em cascata. Neste caso, são uma variante dos radares de velocidade fixos em que um radar de velocidade é colocado mais à frente, o que torna possível detetar se estávamos a acelerar antes de travar.
Segundo o que está previsto na lei, os radares de velocidade fixos devem ser sinalizados. Contudo, na Espanha não é especificado nada sobre a utilização de radares de velocidade móvel ou de câmaras. É precisamente adicionando uma câmara de velocidade móvel a vários metros ou mesmo quilómetros de distância que se pode criar uma destas câmaras em cascata ou anti-travagem, quer a câmara de velocidade esteja depois da câmara de velocidade fixa ou antes dela.
Em qualquer caso, os condutores que aceleram mais depressa do que o permitido serão multados.
A DGT não especificou como estes novos dispositivos serão distribuídos, mas é uma técnica que já está a ser utilizada e que se junta aos novos radares de velocidade e radares fixos que serão instalados em 2022.
E em Portugal?
Em Portugal, tal como foi anunciado em setembro passado, a ideia é colocar 10 dispositivos que calculam velocidade média. Os novos equipamentos vão calcular se veículos andaram mais depressa do que o permitido ao longo de um trajeto.
O modo de funcionamento dos novos sistemas de controlo de velocidade é simples. Num primeiro ponto é registada a matrícula e hora de passagem e depois, outro radar, num outro ponto, faz exatamente o mesmo registo. Com base na hora, é feito o cálculo do tempo que o veículo demorou a percorrer o percurso assim como a velocidade média.