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Entre greves e negociações, Volkswagen pode não fechar as suas fábricas na Alemanha

Num momento que tem exigido paciência à Volkswagen e aos sindicatos dos trabalhadores alemães, entre greves e negociações, o encerramento de fábricas esteve já em cima da mesa. Contudo, a fabricante poderá, afinal, não fechar as suas infraestruturas.


No início deste mês, 100 mil trabalhadores abandonaram nove fábricas da Volkswagen, em toda a Alemanha, incluindo a sua fábrica de veículos elétricos, impactando as linhas de montagem. O objetivo passa, desde o início, por lutar contra a redução dos salários, perda de postos de trabalho e o futuro da fabricante de automóveis.

A greve ocorreu após semanas de negociações coletivas, em que a Volkswagen não recuou no seu plano de potencialmente cortar milhares de postos de trabalho, reduzir salários e encerrar três fábricas, na Alemanha. Este teria ajudado a poupar 17 mil milhões de euros.

 

Planos da Volkswagen permanecem incertos

Agora, segundo a Bloomberg, com informação de uma fonte anónima, a Volkswagen está a considerar a possibilidade de manter as suas fábricas em funcionamento, restabelecendo os acordos de segurança no emprego até 2030. Em contrapartida, os funcionários deverão ter de renunciar ao pagamento de bónus.

Segundo a mesma fonte, as medidas de redução de custos em cima da mesa incluem a transferência da produção do Golf da fábrica alemã de Wolfsburg para o México e o fim da produção de veículos elétricos da marca Volkswagen, em Zwickau, por forma a reduzir a capacidade.

A Bloomberg observou que os pormenores do acordo podem mudar e as conversações podem ainda acabar sem acordo, pelo que a Volkswagen e o sindicato IG Metall continuam em terreno instável.

Funcionários da Volkswagen em greve, na Alemanha

Além disso, para Patrick Hummel, analista da UBS, citado pela Bloomberg, “o facto de os trabalhadores renunciarem ao pagamento de bónus e de a Volkswagen reorganizar a produção não será suficiente para poupar mais quatro mil milhões de euros por ano, que a administração precisa para reforçar as margens”.

Assim sendo, “não temos a certeza de que este seja realmente o plano final”.

A Volkswagen tem enfrentado um declínio acentuado das vendas, na China, o seu principal mercado, ao mesmo tempo que enfrenta os desafios da BYD e de outras fabricantes de automóveis chinesas que estão a entrar no mercado europeu com muita força.

Recentemente, neste contexto de instabilidade, a Audi, do Grupo Volkswagen, anunciou que encerrará a sua fábrica, em Bruxelas, no próximo ano.

 

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