Ao longo dos últimos anos, o segmento automóvel tem-se virado para a eletrificação. Além de ser uma tendência, é também um trunfo das marcas para cumprirem as metas de emissões de dióxido de carbono (CO2) na União Europeia (UE).
As marcas automóveis têm vindo a fazer contas às emissões de CO2 e às possíveis multas.
Com a entrada de 2021, há várias mudanças em vários segmentos da sociedade. Ao nível do segmento dos veículos automóveis, o limite médio de emissões de 95 g/km de CO2 passa a ter de ser cumprido escrupulosamente pelos fabricantes.
De relembrar que, para facilitar toda a transição, os construtores beneficiam de algumas benesses. Em 2020, apenas contou 95% da gama, além de que os modelos com emissões de CO2 abaixo dos 50 g/km contavam duas vezes. Em 2021, contará 100% da gama e os veículos com menos de 50 g/km de CO2 contarão 1.66 vezes e em 2022, último ano em que tal acontecerá, contarão 1.33 vezes, refere o DN.
Em declarações ao DN, o Grupo PSA, liderado por Carlos Tavares e que detém Peugeot, Citroën, DS e Opel, referiu querer cumprir o objetivo de emissões para 2020. “O Grupo PSA já assumiu, há algum tempo, o compromisso público de reduzir o nível médio de emissões de CO2 dos seus veículos comercializados a nível global em 30% até 2025 e em 55% até 2035, comparativamente a 2012”, explica Jorge Magalhães, diretor de comunicação.
Acrescentando que o CO2 é o motivador “número 1 em todas as decisões tomadas pelo Grupo PSA”, que até final de 2020 tinha como objetivo alcançar “uma melhoria nas emissões médias de CO2 das suas viaturas na ordem de 15% comparativamente a 2019”.
Com as emissões… Marcas apostam cada vez mais em veículos elétricos
Tendo em conta as limitações da União Europeia, é normal que as marcas apostem cada vez mais em veículos elétricos. Segundo um estudo da Zero, os carros elétricos da UE emitem menos 66% de CO2 comparativamente a carros a gasóleo e menos 68% no que diz respeito a carros a gasolina. Para o estudo considerou-se, para 2020, um modelo automóvel de média capacidade, e uma vida útil do veículo na ordem dos 225 000 quilómetros. Podem saber mais aqui.
Ricardo Tomaz, diretor de comunicação da Volkswagen, aponta que o grupo “deverá ficar muito perto dos 95 g/km, mas não abaixo” e que “há provisões suficientes para fazer face a eventuais multas, se ocorrerem”.
Nuno Costa, diretor de comunicação da Porsche Ibérica, referiu que “Daqui a dez anos, só um em cada dez Porsche vendidos será de combustão. A Porsche tem reduzido todos os anos as emissões de forma consistente. Salienta ainda que com o lançamento do elétrico Taycan, “conseguimos reduzir ainda mais as nossas emissões com o mix de gamas. Neste momento, temos sinergias através do Grupo VW que nos permitem continuar a ter veículos que não cumprem o limite dos 95 g/km, mas que se equilibram através da nossa oferta híbrida e elétrica”.
Sérgio Ribeiro, administrador responsável pelas operações em Portugal da Honda e da Hyundai, destaca que as marcas estão a fazer o seu caminho para cumprir as metas. Da marca japonesa, que terá de comprar créditos de emissões à Tesla , realça o compromisso com a ecomobilidade (com a antecipação para 2022 da eletrificação da gama europeia), enquanto da sul-coreana destaca “o forte investimento no desenvolvimento de motorizações ecológicas.