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Elétricos chineses poderão motivar europeias a formar uma “Airbus dos automóveis”?

Os carros elétricos chineses, apesar de não serem um produto que encha as medidas a todos os consumidores, estão a ganhar terreno e a conquistar a Europa, obrigando as fabricantes “da casa” a repensar estratégias. Uma delas poderá passar por criar uma “Airbus dos automóveis”.


Conforme recordado pelo InsideEVs, na rubrica (de opinião) Critical Materials, há quase uma década, o falecido CEO da então chamada Fiat Chrysler, Sergio Marchionne, escreveu uma espécie de manifesto chamado Confessions of a Capital Junkie. Nele, argumentou que seria vantajoso para a indústria automóvel considerar mais parcerias.

Afinal, se as fabricantes se juntassem, poderiam reduzir os custos em Investigação & Desenvolvimento e responder aos requisitos de emissões e segurança em conjunto.

Embora decorresse o ano de 2015 e a indústria chinesa não constasse desse manifesto, é possível que o conselho esteja, agora, a ser ouvido: as maiores fabricantes de automóveis da Europa poderão estar a considerar unir-se para combater as fabricantes chinesas de elétricos.

vimos por aqui que a ofensiva das fabricantes chinesas pode prejudicar o desempenho das empresas europeias, uma vez que apresentam modelos mais baratos e, por conseguinte, abrem a possibilidade de um carro elétrico a mais pessoas interessadas.

Gastamos milhares de milhões como indústria para tornar a mobilidade elétrica possível. Agora a questão é: temos os parâmetros corretos?

Partilhou, questionando, Holger Klein, CEO da ZF Friedrichshafen AG, uma fabricante alemã de peças que emprega cerca de 165.000 pessoas em todo o mundo.

Uma das soluções poderá ser, eventualmente, uma “Airbus dos automóveis”, evocando a empresa de aviões que resultou da consolidação de várias empresas aeroespaciais europeias.

Luca de Meo, CEO do Grupo Renault

O CEO da Renault, Luca de Meo, tem, aparentemente, defendido uma aliança semelhante àquela que foi criada para competir com a Boeing Co., reunindo ativos na Alemanha, França, Espanha e Reino Unido.

Na perspetiva do executivo, uma parceria entre as fabricantes europeias ajudaria a partilhar o enorme custo de construção de elétricos baratos, ao mesmo tempo que lhes permitiria beneficiar de uma escala maior.

Na semana passada, Luca de Meo disse, à Bloomberg Television, que a agilidade de um automóvel é mais importante do que o tamanho, confirmando, além disso, que as negociações sobre uma plataforma conjunta de veículos elétricos estão a acontecer.

A questão de a agilidade ser mais importante surgiu, na sequência da apresentação, pela Renault, no final do ano passado, de um concept de carro elétrico urbano, a custar menos de 20 mil euros e projetado para as massas. Curiosamente, o modelo foi inspirado nos kei cars japoneses, miniveículos construídos por diversas fabricantes.

 

Considerando que a ideia de uma possível parceria entre as fabricantes europeias estará no ar, mas não é certa nem foi confirmada, acha que seria vantajosa?

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