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Desinformação sobre os carros elétricos está a impedir a sua adoção, conclui inquérito

Apesar de a sua história remontar a 1880, a atenção que reúnem, hoje em dia, é consideravelmente superior, muito por haver quem considere que são o futuro da mobilidade. Ora, um inquérito recente concluiu que a desinformação relativamente a estes modelos movidos a bateria está a impedir a sua adoção.


Os carros elétricos já circulam pelas estradas e têm marcas totalmente dedicadas ao seu desenvolvimento, sendo apresentadas cada vez mais alternativas.

Contudo, por serem modelos consideravelmente recentes, com tecnologias que as marcas estão ainda a desbravar, os carros eletrificados são alvo de mitos e crenças, bem como desinformação, que têm abrandando a sua adoção, segundo um novo inquérito.

O questionário foi solicitado pela Energy and Climate Intelligence Unit, uma organização independente sem fins lucrativos do Reino Unido, e realizado pela YouGov, uma empresa de pesquisa de mercado.

 

Inquérito diz que crenças limitam a adoção de carros elétricos

A YouGov inquiriu 1000 condutores de automóveis a gasolina/diesel do Reino Unido sobre carros elétricos, centrando-se principalmente em elementos populares de desinformação que têm sido disseminadas.

Os tópicos passaram pelos custos de propriedade e de funcionamento de um carro elétrico, o carregamento, os recursos naturais necessários para construir e gerir um elétrico, e até a probabilidade de um incêndio.

Dos condutores de carros a combustíveis fósseis inquiridos, 57%, só conseguiu responder corretamente a 2 das 10 perguntas, e 90% acertou menos de metade. Além disso, 23% dos condutores a gasolina não acertaram em nenhuma pergunta.

Dos inquiridos que obtiveram a pontuação mais elevada – 8/10 ou mais respostas corretas – 64,6% afirmaram que pretendem que o seu próximo automóvel seja um carro elétrico. Por sua vez, dos condutores que obtiveram 2/10 ou menos, apenas 6,1% disseram querer que o seu próximo carro fosse um elétrico.

Alguns exemplos de tópicos abordados no inquérito e respetivos resultados

Conforme enumerado pela Energy and Climate Intelligence Unit, num comunicado:

Quase dois terços (62%) dos condutores de veículos a gasolina acreditam que é mais caro possuir e gerir um elétrico, sendo que apenas 14% reconhecem corretamente que os elétricos são normalmente mais baratos.

  • Um relatório de 2023 da ECIU concluiu que os condutores dos 10 automóveis a gasolina mais vendidos em 2023 podem vir a pagar 700 libras por ano em custos de funcionamento, em comparação com um automóvel elétrico equivalente.

41% dos condutores de veículos a gasolina pensam incorretamente que os veículos elétricos são mais suscetíveis de se incendiarem do que os veículos a gasolina, sendo que apenas 24% consideram corretamente que são menos suscetíveis de se incendiarem.

  • Evidências do EV Fire Safe indicaram que os elétricos são mais de 80 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros a gasolina ou diesel.

Mais de metade (59%) dos condutores de veículos a gasolina pensam que a rede elétrica do Reino Unido “não será capaz de lidar” com a mudança do Reino Unido para os elétricos, enquanto apenas um em cada cinco (20%) identificou corretamente esta afirmação como falsa.

  • A National Grid rotulou explicitamente esta afirmação como um “mito” e afirma claramente que o sistema elétrico será capaz de lidar com milhões de elétricos no Reino Unido.

80% dos condutores de veículos a gasolina pensam que o Reino Unido não está no bom caminho para instalar as infraestruturas de carregamento de que necessita.

  • O país está, segundo um relatório de julho deste ano, adiantado relativamente ao calendário previsto para atingir o seu objetivo de 300.000 carregadores nas estradas até 2030.

Mais condutores (35%) acreditam incorretamente que as emissões de CO2 durante a vida útil de um elétrico não são inferiores às de um automóvel a gasolina do que identificaram corretamente esta afirmação como falsa (32%).

  • Um elétrico conduzido no Reino Unido produz três vezes menos emissões de CO2 ao longo da vida do que um automóvel equivalente a gasolina ou gasóleo.

Considerando as respostas, os condutores que dispunham de informações mais exatas tinham 11 vezes mais probabilidades de querer um carro elétrico.

Os resultados do inquérito mostram que a desinformação generalizada pode estar a afetar as decisões de compra das pessoas e a impedi-las de comprar um carro elétrico.

 

YouGov também recebeu respostas certas

Apesar de a tendência de resposta indicar desconhecimento, houve algumas questões a reunir mais respostas certas do que erradas, conforme compilado pelo Electrek.

Primeiro, 37% reconheceram que a existência de mais elétricos a funcionar com eletricidade renovável britânica tornaria o Reino Unido mais independente em termos energéticos do que depender de importações crescentes de petróleo e gasolina. A par disso, 29% concordaram com a afirmação incorreta de que os elétricos enfraqueceriam a independência energética do Reino Unido.

Depois, 54% discordaram corretamente da afirmação de que os elétricos não são melhores para a qualidade do ar urbano do que os carros a gasolina. De facto, apenas 28% acreditavam que esta afirmação era verdadeira.

Por fim, mais condutores a gasolina (39%) discordaram corretamente da afirmação de que os elétricos representam uma ameaça para a integridade estrutural dos parques de estacionamento do Reino Unido do que concordaram incorretamente com ela (33%).

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