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Carros elétricos são benéficos para as crianças com problemas respiratórios

É senso comum que esta mudança para veículos elétricos trará um enorme benefício para a saúde de todos os que estão expostos aos gases dos fumarentos. No entanto, as vantagens vão muito mais além, como refere um novo relatório da Associação Americana do Pulmão que destaca as vantagens específicas para as crianças, especialmente as vulneráveis a doenças respiratórias.


A transição para carros elétricos será uma “vacina” contra a asma

Com base num modelo em que todos os veículos novos vendidos até 2035 são de emissão zero, o relatório conclui que haverá menos 2,7 milhões de ataques de asma entre as crianças, bem como menos 147.000 casos agudos de bronquite.

A transição para a venda exclusiva de veículos elétricos também evitaria 2,67 milhões de casos de sintomas respiratórios superiores e 1,87 milhões de casos de sintomas respiratórios inferiores em crianças. Além disso, registar-se-iam menos 508 casos de mortalidade infantil.

Segundo refere Laura Kate Bender, vice-presidente da American Lung Association, esta mudança para veículos elétricos terá um impacto enorme nas crianças, porque os seus corpos desenvolve-se a um ritmo diferente do dos adultos.

No estudo, os investigadores apontam os veículos com motor de combustão como os grandes responsáveis pelas alterações climáticas. Estes são apontados como os responsáveis por mais de um quarto de todas as emissões globais. É por isso que os governos de todo o mundo estão a tentar acelerar a transição para veículos elétricos, que emitem muito menos poluentes para a atmosfera.

As crianças têm muito a ganhar com esta mudança, especialmente aquelas com um risco particular de doenças respiratórias.

Mas será que vai mesmo avante esta transição?

Este cenário de ganho em saúde parte do princípio de que todos os novos veículos de passageiros vendidos nos EUA serão elétricos até 2035 e que todos os novos veículos pesados vendidos serão elétricos até 2040. Além disso, estes veículos teriam de ser alimentados por uma rede elétrica que também estivesse livre de combustíveis fósseis.

A mudança para as vendas exclusivamente de veículos elétricos será difícil, especialmente porque a procura de automóveis com ficha de ligação à corrente oscila face aos preços elevados e às preocupações com a disponibilidade e fiabilidade do carregamento. Ainda assim, as vendas têm vindo a aumentar de forma constante ano após ano, com os elétricos a representarem um pouco mais de 8% de todas as vendas de veículos em 2023.

Estes dados podem estar a ser ambiciosos demais. Isto, porque a “rotação da frota” pode ser lenta, especialmente com os automóveis e camiões convencionais a gasolina a tornarem-se mais capazes, a avariarem menos e a permanecerem na estrada durante mais tempo. Atualmente, o veículo ligeiro médio em circulação tem 12 anos, contra 9,6 anos em 2002.

Reportando ao cenário em Portugal, segundo a ACAP, atualmente existem cerca de 1,5 milhões de automóveis com mais de 20 anos. Quer isto dizer que 26% do total do parque automóvel em Portugal está envelhecido, mas a servir os seus proprietários.

Apesar das regras mais apertadas nas emissões, o mercado automóvel beneficiaria, em termos de poluição, com a transição. Mas, mesmo apelando ao lado da saúde, a velocidade é lenta e poderá nunca chegar às metas atempadamente.

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