Os carros elétricos são a solução largamente apontada como ideal para a redução das emissões que resultam do transporte terrestre. Ora, apesar de estarem a ser manchete, em 2023, a verdade é que já existem há muitos, muitos anos. Aliás, poderiam ser, hoje, a regra no transporte.
O carro movido a gasóleo e gasolina foi adotado, massivamente, sendo hoje em dia a regra. Aliás, há quem não preveja fazer a troca para um elétrico, conforme tem sido incentivado, por ver nos primeiros um conforto e segurança a vários níveis.
Contudo, sabia que, em 1880, os carros elétricos estavam à frente nesta corrida da mobilidade?
A questão foi confirmada pelo Polígrafo: os primórdios dos anos 1880 testemunharam os testes de um conceito de veículo movido a bateria, em países como a Hungria, Países Baixos e os Estados Unidos da América (EUA).
Segundo a Energy Saving Trust, uma organização britânica dedicada a promover a eficiência energética, o primeiro protótipo de um carro elétrico foi desenvolvido pelo inventor britânico Thomas Parker, responsável pela eletrificação do Metro de Londres, em Wolverhampton.
Esse trabalho de Thomas Parker levou a que, quatro anos depois, fosse construído o primeiro carro elétrico real, com a assinatura do engenheiro alemão Andreas Flocken. O primeiro carro elétrico chegou aos EUA pela mão de William Morrison, um químico que vivia em Des Moines, Iowa, em 1890.
O sucesso dos carros movidos a bateria foi aumentando e, no início de 1900, os elétricos já eram um terço de todos os veículos nas estradas dos EUA.
Aquando da ascensão dos carros movidos a bateria, surgiu o carro movido a gasolina. Contudo, o interesse por esta alternativa não foi significativo, pois os elétricos eram mais silenciosos, mais fáceis de manobrar e não emitiam fumo.
Na altura, a procura pelos elétricos crescia de tal forma sustentada que as fabricantes queriam melhorá-los, explorando novas tecnologias.
Elétricos perderam para os carros movidos a gasolina
A loucura pelos elétricos foi travada por Henry Ford, algures em 1908, com a apresentação do Modelo T e a sua produção em massa. O conceito explodiu em popularidade, tornou-se mais acessível e ultrapassou o carro elétrico, que era, já na altura, mais dispendioso.
O Polígrafo explicou que a melhoria das infraestruturas rodoviárias, bem como o baixo custo da gasolina, motivaram o declínio dos elétricos, que desapareceriam, em 1935, voltando a ser falados algures entre os anos 60 e 70.