Há um sem número de tecnologias que estão a ser testadas para equipar os carros autónomos. Todos estes trunfos são essenciais para que os novos automóveis possam ultrapassar as ofertas dos carros elétricos, híbridos e dos de combustão interna. Assim, uma nova empresa de origem israelita, Adasky, está a desenvolver uma câmara que poderá ver e fornecer imagens e dados para os carros autónomos, com tecnologia inspirada na visão térmica das víboras.
Agora, além da tecnologia LiDAR e de outras com base em sistemas diferentes, como usa a Tesla, por exemplo, poderá ser usado o sistema Viper.
Carros autónomos precisam ver bem de noite
A constante buscar por novas tecnologias, permite alcançar resultados fantásticos e isso atrai a indústria automóvel. A Tesla escolhe usar apenas câmaras e radares, enquanto outras marcas, como Uber ou a Google, têm o LiDAR nas suas viaturas. Contudo, ambos esgrimam argumentos sobre qual das tecnologias é a melhor.
Elon Musk, por exemplo, entende que o LiDAR é caro e que não é viável, dado que o seu sistema é mais barato e muito melhor. Já a Nissan tem uma opinião que o LiDAR é o sistema que melhor serve os carros autónomos.
No entanto, não parece que tudo tenha sido descoberto neste setor. Assim, apareceu no mercado uma nova empresa com sede em Israel, a Adasky, que está a desenvolver uma câmara que poderá ver e fornecer imagens e dados para os sistemas de carros autónomos com uma tecnologia inspirada na visão das víboras.
Desta forma, a empresa desvia-se do que existe e apresenta uma câmara térmica que funciona passivamente. Com isso, o sistema pode fornecer informações para diferenciar pessoas de objetos inanimados através do calor que os seres vivos emanam.
E este sistema será mais eficaz?
Um dos problemas que foi apontado ao LiDAR é a sua forma de identificar o que se passa à volta do carro. O LiDAR, em grosso modo, é uma tecnologia ótica de deteção remota que mede propriedades da luz refletida de modo a obter a distância e/ou outra informação a respeito um determinado objeto distante.
Contudo, se, por exemplo, no meio da estrada aparecer um saco plástico, o LiDAR poderá não dar uma informação correta ao veículo e reagir de forma excessiva.
Já o sistema da Tesla usa uma combinação de tecnologias. Além das suas várias câmaras, a marca usa um radar. As ondas de rádio do radar são enviadas e as medições são feitas quando essas ondas voltam para o carro. Depois, as câmaras fazem uma identificação dos objetos registados, podendo assim ter uma perceção diferente. Melhor, segundo Musk.
Como funciona a câmara Viber?
A câmara utiliza metodologia já conhecida, inclusive no mundo animal. Capta a temperatura do corpo para criar uma imagem do que o utilizador está a ver. Essa informação pode ser usada posteriormente para o computador do carro construir um mapa dos objetos circundantes.
Esta tecnologia tem o mesmo princípio do método usado por certos animais. Os viperídeos (víboras, serpentes, etc.) têm no seu corpo as fossetas labiais (depressões nas escamas labiais). Estes órgãos permitem a perceção de variações mínimas de temperaturas (da ordem de 0,003ºC), auxiliando na localização de presas endotérmicas (ex. roedores) durante a noite.
Desta forma, a oferta da empresa de Israel, a câmara Viper, que mede apenas 4,3 cm por 2,6 cm, utiliza a maior resolução disponível para carros (VGA) e capta imagens em 60 FPS, permitindo detetar variações de temperatura de apenas 0,05 °C. Assim, os dados recolhidos pela Viper serão confiáveis e precisos. Irão permitir discernir os objetos das pessoas e auxiliar na condução da melhor maneira possível, podendo reagir mais rapidamente antes das situações de emergência.
Além do que já pode ser aplicado, a Adasky está desenvolver a Viper para futuros níveis autónomos de nível 3 ou superior. Sem dúvida, a Viper será um ótimo complemento para outros sistemas de direção autónomos.
Portanto, com esta oferta disponível, terão de ser agora os fabricantes a decidir usar o LiDAR ou outro sistema. Contudo, o preço aqui poderá pender para o lado dos outros sistemas concorrentes do LiDAR, dado o preço altíssimo que esta tecnologia custa.