O Reino Unido assinalou um momento histórico na sua transição energética ao encerrar a sua última central elétrica a carvão, findando a sua dependência de 142 anos do combustível fóssil.
Com o objetivo de um sistema de energia totalmente desarborizado até 2030, o Reino Unido substituiu o carvão por energia eólica e solar, sem aumentar a dependência do gás.
Num momento histórico na sua transição energética, o país encerrou a central elétrica de Ratcliffe-on-Soar, em Nottinghamshire, a central a carvão que lhe restava, em funcionamento desde 1967.
Este é o capítulo final de uma transição notavelmente rápida do país que iniciou a Revolução Industrial.
Afirmou Phil MacDonald, diretor-executivo do grupo sobre energia Ember.
De recordar que a primeira central elétrica a carvão do mundo foi inaugurada, em Londres, em 1882. Em 2012, o combustível fóssil ainda alimentava 39% do fornecimento de eletricidade do Reino Unido.
O Reino Unido iniciou a Revolução Industrial, mas adaptou-se ao futuro
“Em tempos, a energia do carvão foi um sinónimo de crescimento industrial”, admitiu o diretor-executivo do grupo Ember. Contudo, “agora, a energia limpa está a impulsionar as economias – e não apenas nos países de elevado rendimento, mas em todo o mundo”.
De facto, desde 2019, o carvão alimenta 2% ou menos do fornecimento de eletricidade do Reino Unido, segundo dados do grupo Ember.
O relatório do grupo, intitulado “The UK’s journey to a coal power phase-out”, descreve os cinco fatores que facilitaram a rápida saída do carvão do Reino Unido:
- Anunciar a saída do carvão em 2025 com uma década de antecedência;
- Estabelecer um preço para o carbono;
- Apoiar a energia eólica offshore;
- Reformas de mercado para incentivar as energias renováveis;
- Investir na rede.
Na perspetiva de MacDonald, importa “assinalar que as fontes poluentes têm uma data limite, mas também proporcionar um ambiente propício à construção do novo sistema de energia limpa“.