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Microsoft arquiva o projeto do datacenter subaquático. Não funcionou?

Em 2013, a Microsoft começou a projetar datacenters para serem colocados no fundo do mar. Questões como o arrefecimento, estabilidade, longevidade dos servidores, seriam postos à prova. Mais tarde, em 2016, o projeto estava já materializado e os locais foram aprovados para receber a estrutura. Dois anos mais tarde, em 2018, o primeiro datacenter afunda e é retirado em 2020. Afinal, foi ou não um sucesso, o projeto Natick?


Projeto Natick: arrefecimento no fundo do mar não é problema

Não, o projeto foi arquivado e não foi por falhar. Segundo a empresa, o projeto Natick, o tal datacenter subaquático, teve menos falhas de servidores comparado com os servidores em terra.

A empresa confirmou etsa informação à publicação DatacenterDynamics, com a responsável pelas Operações na Cloud + Inovação da Microsoft, Noelle Walsh, a afirmar:

Não estou a construir datacenters submersos em nenhuma parte do mundo. A minha equipa trabalhou no projeto, e funcionou. Aprendemos muito sobre operações abaixo do nível do mar, vibrações e impactos nos servidores. Portanto, aplicaremos esta aprendizagem noutros casos.

Espera-se que os datacenters cresçam exponencialmente nos próximos anos, com a Nvidia a vender mais de 3,76 milhões de GPUs para datacenters só no ano passado. Estas placas devem consumir 14,3 TWh de eletricidade por ano, o que não inclui as soluções de refrigeração. Segundo a DataSpan, 40% do consumo dos datacenters é em sistemas de refrigeração, por isso, se a Microsoft conseguir encontrar uma forma de reduzir ou até eliminar este custo, poderá reduzir os seus requisitos de energia para a construção de um datacenter.

Além das potenciais poupanças de energia, a Microsoft descobriu outras coisas com os servidores instalados na costa da Escócia em 2018. A empresa perdeu apenas seis dos 855 servidores submersos, em comparação com os oito servidores que precisaram de substituição (do total de 135) na experiência paralela que a Microsoft realizou em terra. Isto equivale a uma perda de 0,7% no mar contra 5,9% em terra.

Então, debaixo de água, há menos avarias?

Os dados mostram que debaixo de água há uma maior longevidade. Segundo a Microsoft, a principal razão para esta longevidade é a estabilidade da temperatura da água do mar e o gás inerte de azoto utilizado para proteger os servidores.

Quando questionada sobre o uso de robôs em datacenters como parte da sua aprendizagem, Walsh disse:

Estamos a olhar para a robótica mais na perspetiva de que alguns destes novos servidores serão muito pesados. Como podemos automatizar este processo em vez de ter pessoas a puxar e empurrar estas coisas? Estamos a aprender com outras indústrias sobre robótica, mas também estamos muito conscientes de que precisamos de pessoas. Não quero que as pessoas se preocupem com os seus empregos.

Embora a Microsoft tenha concluído a sua investigação, sobre datacenters subaquáticos, a China acabou de iniciar o seu projeto de servidores submersos em 2023, afundando 68.000 metros quadrados de servidores na costa sul de Hainan.

Por outro lado, a Microsoft não indicou se iniciaria outro projeto de datacenter subaquático no futuro.

Diria que agora estamos mais focados. Gostamos de fazer I&D e experimentar coisas, e aprende-se algo aqui e isso pode ser aplicado ali. Mas diria que agora, estamos muito focados.

Disse Noelle Walsh.

No entanto, a Microsoft não está a parar os seus projetos de desenvolvimento de datacenters. A empresa está supostamente a colaborar com a OpenAI para construir um datacenter supercomputador de IA de 100 mil milhões de dólares, e tem ambições nucleares para construir reatores modulares para projetos como estes.

 

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