A tecnologia está em constante evolução e a um ritmo cada vez mais notório. Hoje temos à nossa disposição dispositivos com tecnologias e capacidades que há uns anos eram dignas de ficção científica e as empresas tecnológicas estão focadas em criar novas e melhorar as tecnologias atuais.
Um conjunto de quatro patentes registadas pela Microsoft mostrou que a empresa está a trabalhar num método que permite ao utilizador controlar os seus equipamentos usando apenas e só a mente, através de interfaces de comunicação cerebral e inteligência artificial.
Todos os nossos movimentos e pensamentos desencadeam uma atividade cerebral única para cada ação. Ao teclar num computador, correr, escrever ou enquanto simplesmente olhamos para algo, estamos a criar atividade cerebral.
Hoje em dia, através de tecnologias de “Brain Computer Interface” (BCI) podemos ter um meio de comunicação entre o cérebro e um dispositivo externo que recolherá e guardará toda a atividade cerebral desencadeada ao executar certo movimento ou certa ação. Em conjunto com a BCI, a inteligência artificial pode armazenar, analisar e executar certas tarefas com base nestas atividades cerebrais capturadas e comunicadas pela BCI. Foi este o ponto de partida da Microsoft ao registar quatro patentes neste ramo.
Numa das patentes, a Microsoft focou-se na execução de tarefas e operações por parte do dispositivo, que pode ser um computador ou até mesmo um headset de realidade virtual como os HoloLens.
A leitura não invasiva das atividades cerebrais, neste caso pensamentos e intenções, serão recolhidas pela Brain Computer Interface e “traduzidas” pela Inteligência Artificial, resultando na execução de tarefas e ferramentas de forma “automatizada”, dispensando completamente interação física do utilizador.
No exemplo ilustrado na patente, o utilizador consegue trabalhar num programa de modelação 3D usando apenas o seu cérebro, pensamentos e “ordens”. O software faz exatamente o que o utilizador pretende, desde mover objetos, rodar e expandir.
A segunda patente prende-se nos impulsos nervosos desencadeados por um movimento. Ao realizar um movimento, o nosso cérebro gera um impulso nervoso único que poderá ser lido pela BCI e analisado pela Inteligência Artificial acoplada à tecnologia. Isto resultaria também na realização de alguma ação no dispositivo, novamente sem ter necessidade de tocar no equipamento.
Tal como descrito na patente, o utilizador poderá ajustar o volume de áudio apenas com um movimento de rotação com o braço.
As outras patentes focam-se na alteração da interface apresentada ao utilizador conforme as leituras e análises baseadas na atividade cerebral. Ou seja, o dispositivo poderá passar de um modo PC ou modo tablet para um modo no qual será controlado pelo cérebro de forma automática sem necessidade de intervenção física do utilizador.
A quarta patente segue a mesma linha de pensamento mas ao invés de exclusivamente se basear na atividade cerebral, interpreta também o olhar do utilizador, ajustando desta forma a realidade ao que está a observar. Como é de esperar, esta última patente é concebida para equipamentos de realidade mista, como os HoloLens da Microsoft.
Apesar de serem conceitos algo futuristas e avant-garde, esta tecnologia poderá muito bem estar ao serviço dos utilizadores comuns no futuro. Certamente não será num futuro muito próximo mas com a evolução de biosensores e a cada vez maior relevância e presença da Inteligência Artificial no nosso quotidiano, estamos cada vez mais próximos desta realidade.
Neste segmento a Microsoft está já um passo à frente, com o registo destas patentes, que significam também que a Microsoft está a trabalhar e desenvolver algo neste segmento, estando certamente num estado embrionário.