A Temu entrou no mercado europeu de rompante e conquistou, desde logo, muitos adeptos. Para 17 associações da União Europeia (UE), contudo, o marketplace chinês viola a nova legislação do bloco, por via de “práticas manipuladoras” e falta de transparência.
A Temu foi lançada em 2022, mas não demorou até ver os seus carrinhos virtuais cheios de novas encomendas. De facto, é um dos marketplaces mais populares em todo o mundo, hoje em dia.
Agora, está a ser alvo de uma ação judicial, após 17 associações a terem acusado de violar a nova legislação da UE com as suas “práticas manipuladoras” e falta de transparência.
A DECO e 16 outras associações de consumidores europeias, que integram a Organização Europeia de Consumidores (BEUC), acusam o retalhista online de “não proteger os consumidores” e de “utilizar práticas manipuladoras que são ilegais ao abrigo da recente legislação da UE”.
A queixa legal alega que a Temu está a violar regras que ditam que, independentemente do local onde a empresa está sediada, os produtos têm de cumprir a legislação europeia, se forem vendidos a consumidores europeus.
Conforme informação partilhada pela Sky News, o grupo de consumidores Which? encontrou armas à venda, bem como aquecedores que “podem explodir”.
É positivo ver outros grupos de consumidores de toda a Europa unirem-se para responsabilizar a Temu por não conseguir impedir que produtos inseguros acabem nas casas das pessoas.
No entanto, o Reino Unido corre o risco de ser deixado para trás, uma vez que as fracas leis de proteção do consumidor tornam mais difícil tomar medidas eficazes contra a Temu e outros mercados online.
Disse Rocio Concha, diretora de política e defesa da Which?.
As associações europeias acusam a Temu de “práticas manipuladoras”, por, nomeadamente, ser mais difícil apagar uma conta do que criá-la, e por induzir os clientes em erro quanto aos preços. Além disso, acusam-na de permitir que alguns dos seus comerciantes não possam ser localizados pelos consumidores, contrariando a legislação da UE.
A Temu não conhece os comerciantes que vendem na sua plataforma e pode não estar em condições de garantir que todos os produtos vendidos por esses comerciantes cumprem as normas da UE.
A queixa refere, ainda, que a retalhista online não é suficientemente clara sobre a razão pela qual determinados produtos são recomendados aos utilizadores, contrariando, mais uma vez, a legislação europeia.
Temu respondeu às acusações europeias
O nosso compromisso com a conformidade e a nossa vontade de envolver as partes interessadas a nível mundial podem ser vistos nas nossas ações proativas.
Na semana passada, a Temu assinou uma declaração de cessação e desistência com a [Federação das Organizações de Consumidores Alemãs] da Alemanha, comprometendo-se a responder às preocupações levantadas sobre as nossas práticas.
Disse a Temu, num comunicado, à Sky News.
No mesmo comunicado, a Temu revelou ter assinado, na segunda-feira, “um compromisso de segurança dos produtos com a Comissão de Comércio Justo da Coreia do Sul, comprometendo-se a adotar um sistema abrangente para detetar, prevenir e retirar de circulação produtos não seguros”.
Sobre a queixa do BEUC, a Temu disse que irá estudá-la “cuidadosamente”, esperando manter o diálogo com “as partes interessadas relevantes para melhorar o serviço prestado pela Temu aos consumidores”.
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