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Polícia sugere aplicação para comprovar consentimento sexual

Temas como o abuso sexual estão demasiadas vezes na ordem do dia. Quando um caso se torna conhecido as águas podem dividir-se. Há quem culpe a vítima e há quem atribua as culpas ao agressor. Além disso, o consentimento é sempre uma questão polémica que dá “pano para mangas”. No entanto, parece que há quem tenha “a solução para este problema”.

O chefe da polícia australiana sugeriu que fosse criada uma aplicação para provar o consentimento sexual.


“O consentimento sexual não pode ser implícito”

Uma rápida pesquisa no Google leva-nos a conhecer recorrentes notícias que envolvem crimes de violência sexual. Este problema não existe apenas em Portugal e, em todo o lado, há uma questão que se levanta sempre: o consentimento.

Não tem um significado ambíguo e tão pouco pode ser alvo de interpretação. Contudo, é mesmo na interpretação que alguns “decisores” se suportam para branquear os casos de abuso.

No estado mais populoso da Austrália, o número de agressões sexuais relatadas está a aumentar, sendo a taxa de sucesso da acusação apenas de 2%. Ora, na opinião de Mick Fuller, comissário da polícia em New South Wales, na Austrália, o sistema está a falhar.

Então, o agente da autoridade australiano sugeriu que fosse desenvolvida uma aplicação para comprovar o consentimento sexual.

O consentimento sexual não pode ser implícito. O consentimento deve ser ativo e contínuo ao longo de um encontro sexual.

Explicou Mick Fuller.

Segundo o comissário, se as aplicações de encontros juntam casais, pode direcionar-se uma tecnologia semelhante para clarificar a questão do consentimento sexual.

A tecnologia não resolve tudo, mas desempenha um papel crucial nos encontros entre pessoas.

Disse Fuller.

Aplicação alvo de opiniões negativas

As reações à sugestão do polícia Mick Fuller têm sido negativas e alvo de algum ceticismo. Lesley-Anne Ey, uma perita sobre o comportamento sexual nocivo relacionado com crianças na Universidade da Austrália do Sul, considera que a aplicação não vai funcionar. Catharine Lumby, uma especialista em ética e responsabilidade, descreveu a aplicação como uma solução rápida, que não compreende as circunstâncias do abuso sexual.

Por sua vez, a premier Gladys Berejiklian felicitou Fuller pela iniciativa, mas não teceu qualquer opinião.

Para ser honesto, a ideia da aplicação poderia ser a pior ideia que tive em 2021, mas pensando na realidade daqui a cinco anos, talvez não seja.

Disse Mick Fuller.

A saber, uma aplicação de consentimento semelhante à proposta de Fuller foi lançada na Dinamarca, no mês passado. Contudo, de acordo com o site Sensor Tower, não tem sido amplamente adotada.

 

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