O Irão sofreu uma interrupção generalizada da Internet, durante o dia de ontem, aquando de uma série de protestos em massa contra o governo. Os cidadãos perderam acesso a redes sociais, como o WhatsApp e o Instagram.
Estas são duas das últimas plataformas sociais, com sede no ocidente, disponíveis no país.
O Irão tem assistido a protestos em massa motivados pela morte de Mahsa Amini, de 22 anos. A rapariga terá sido detida por, alegadamente, usar o hijab demasiado solto.
Desde aí, em sinal de descontentamento e em jeito de homenagem, as mulheres têm queimado os lenços e cortado o cabelo em público. Além das ruas, também as redes sociais se encheram de vídeos a documentar homens e mulheres a gritar por liberdade.
Conforme previu um dirigente do Irão, os iranianos sofreram uma interrupção generalizada da Internet, durante o dia de ontem, devido aos protestos contra o governo. A perda de conectividade, impedindo o acesso a plataformas como o Instagram e o WhatsApp, torna mais difícil a organização de manifestações, bem como a partilha de informações sobre a repressão protagonizada pelo governo.
De acordo com testemunhas que falaram com o Associated Press, sob a condição de anonimato por medo das consequências, no final da tarde de ontem, já não conseguiam aceder à Internet, através de dispositivos móveis.
Estamos a ver o serviço de Internet, incluindo dados móveis, ser bloqueado no Irão nas últimas horas. Esta é provavelmente uma ação do governo, dada a situação atual no país. Posso confirmar um colapso quase total da ligação à Internet para os fornecedores móveis no Irão.
Partilhou Doug Madory, diretor de análise da Internet na Kentik, Inc..
Anteriormente, o NetBlocks, um grupo que monitoriza o acesso à Internet, com sede em Londres, havia comunicado perturbações generalizadas no acesso ao Instagram e ao WhatsApp. A empresa-mãe das duas redes sociais disse, numa declaração:
Esperamos que o seu direito a estar online seja restabelecido rapidamente.
Os cidadãos iranianos já não podem, atualmente, aceder ao Facebook, Telegram, Twitter e YouTube, apesar de muitos contornarem essas restrições através de VPN. No caso de ontem, a interrupção generalizada do acesso à Internet aconteceu por “questões de segurança”, segundo o ministro das telecomunicações do Irão, Isa Zarepour.