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China manda Zoom encerrar várias reuniões de ativistas chineses

Recentemente o governo chinês pressionou o Zoom para encerrar algumas reuniões de utilizadores ativistas chineses. O serviço não só acatou as ordens do país, como também suspendeu as contas dessas mesmas pessoas.

Como seria de esperar, esta decisão está a gerar polémica e a dividir algumas opiniões da população no geral.


A platafoma Zoom foi uma das que mais sucesso conquistou em altura de pandemia e quarentena. Tem sido um serviço extremamente útil para todos os que se viram privados e impedidos de realizar reuniões ou encontros presenciais.

Praticamente em todo o Mundo é a plataforma do género mais utilizada pela população, mas na China tem tido algumas restrições onde já foram mesmo suspensos os registos gratuitos de utilizadores no serviço. Mas há agora uma nova polémica a envolver o Zoom e o pais asiático.

Zoom encerra reuniões de ativistas a pedido do governo chinês

Há muitas plataformas sociais restritas na China, como por exemplo o Facebook. Para suprir esta falha, o país asiático tem a sua própria rede social, a popular Weibo que conta com um grande número de utilizadores ativos.

Até aqui o famoso serviço de videochamada Zoom tinha apenas tido como restrição na China a impossibilidade de criação de novas contas gratuitas.

No entanto, recentemente o governo chinês pressionou a plataforma para encerrar algumas reuniões agendadas por ativistas chineses.

Os utilizadores estavam a realizar eventos online relacionados com o massacre da Praça da Paz Celestial onde também era discutida a crise em Hong Kong. A China teria alertado constantemente o serviço de que essas eram práticas ilegais e exigia que as reuniões fossem impedidas.

Talvez outras plataformas argumentassem contra esta opinião da China. Mas o Zoom concordou com o governo chinês e não só encerrou as reuniões como ainda suspendeu as contas dos três ativistas visados.

De qualquer forma, a plataforma adianta que:

Não fornecemos nenhuma informação do utilizador ou do conteúdo da reunião ao governo chinês. Não temos um backdoor que permita a alguém entrar numa reunião sem estar visível.

Esta decisão tem gerado controvérsia uma vez que as reuniões foram realizadas fora da China Continental. Surgem assim algumas dúvidas, nomeadamente porque não ficou claro se o Zoom poderá encerrar contas de utilizadores que vivem nos EUA e Hong Kong.

Ativistas apelidam decisão de “censura política”

As reações por parte dos visados não se fizeram esperar e os ativistas suspensos do Zoom apelidaram esta decisão de “vergonhosa”, acusando ainda a plataforma de “censura política”.

Apesar de o serviço ter depois voltado a ativar as contas destes utilizadores, um deles referiu que o Zoom “continua a ajoelhar-se perante o Partido Comunista” chinês.

Outras vozes de ativistas indicam que o Partido Comunista está a atacar a democracia em todo o Mundo. Adiantou ainda que as declarações oficiais do Zoom não descartavam a responsabilidade da empresa de infringir os direitos e interesses dos cidadãos dos EUA onde a entidade está sediada.

Para além de outras críticas, o senador americano Josh Hawley pediu que o CEO do Zoom, Eric Yuan, “escolhesse um lado: os princípios americanos e a liberdade de expressão, ou os lucros e censura globais a curto prazo”.

Já de acordo com Yaqiu Wang, investigador de Direitos Humanos na China:

As leis na China costumam ser abusivas e não estão em conformidade com os padrões internacionais de direitos humanos.

A plataforma Zoom referiu não ter capacidade de bloquear contas de países específicos, mas adianta que não vai permitir que mais pedidos deste género afetem utilizadores fora da China Continental.

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