Então a Dark Web onde o submundo do crime organizado, da droga, do mercado negro do armamento, dos sites de pedofilia, do terrorismo e dum vasto leque de estranho cenário do cibercrime, afinal não existe, afinal são “apenas algumas páginas”?
Quem o afirmou foi Roger Dingledine, o cofundador do projeto TOR na convenção DEF CON que decorreu de 27 a 30 de julho e reuniu alguns dos mais proeminentes “hackers” do mundo.
.onion… confunde-se com Dark Web?
Na sua intervenção na convenção hacker DEF CON que se realizou em Las Vegas, o cofundador do projeto TOR, Roger Dingledine, referiu que a Dark Web não existe e que são apenas algumas páginas. Segundo ele, quem erradamente classifica a Dark Web como um paraíso de atividades ilegais é a imprensa. Além disso, apenas 3% dos utilizadores TOR se ligam a um site oculto .onion.
Na verdade, sempre se falou da Dark Web como um imenso local nas entranhas da Internet onde a criminalidade estava à solta, uma espécie de paraíso, mas um dos três fundadores do Projeto TOR, disse que há muitos equívocos sobre o assunto. Não se ficando por estas declarações, de acordo com The Register, Dingledine foi bastante duro com os jornalistas por terem caracterizado o sistema pró-privacidade como um obstáculo exclusivamente usado por traficantes e pedófilos para se esconderem das autoridades.
Não há basicamente Dark Web. Não existe. São apenas algumas poucas webpages.
Referiu Dingledine.
Para os que são curiosos pelos temas e querem números, então ficou-se a saber que apenas 3% dos utilizadores TOR é que se ligam a um site oculto, como referiu Dingledine. Isso significa que a maioria dos utilizadores está a usar a rede TOR para simplesmente analisar as suas atividades na web indexada. Apenas estão a usar o projeto para impedir que os proprietários dos sites recolham os dados que cada um de nós, a navegar de forma “desprotegida”, deixa na sua pegada digital.
Facebook lidera o sítio mais usado pelos utilizadores TOR
De acordo com os seus dados, surpreendentemente, o Facebook é o site mais popular visitado pelos utilizadores do TOR. Hoje, mais de um milhão de pessoas visitam o Facebook recorrendo ao navegador TOR, graças ao serviço oculto da rede lançado em 2014.
Dingledine também tranquilizou todos aqueles que pensam que as agências de inteligência teriam já “crackado” o sistema de segurança e anonimato TOR, comprometendo assim a sua integridade:
As agências de segurança não precisavam criar os seus próprios nós de “armadilhas”, se quiserem apenas precisam monitorizar aqueles que os executam.
A questão fica no ar, será que tudo não passa de uma história do “lobo mau”?