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Amnistia Internacional alega que a Meta motivou a morte de mais de 25 mil pessoas

A Meta está constantemente sob escrutínio e o aquilo que acontece na rede social é apontado como sendo responsabilidade sua. Desta vez, a alegação surge da Amnistia Internacional, que acusa a empresa de contribuir para a morte de mais de 25 mil pessoas.

Na perspetiva da organização, a empresa deve ser responsabilizada.


Um novo relatório elaborado pela Amnistia Internacional e lançado esta semana dá, meticulosamente, conta das barbaridades cometidas contra o povo Rohingya, pelas forças de segurança de Myanmar, um país no leste da Ásia. A organização estima que, desde 2017, já foram feitas 25 mil vítimas.

Com o título The Social Atrocity: Meta and the Right to Remedy for the Rohingya, o relatório descreve um conjunto de abusos dos direitos humanos exercidos sobre o povo Rohingya de Myanmar, nos últimos cinco anos. No documento com 74 páginas, a Amnistia Internacional menciona o papel da Meta na catástrofe humanitária.

 

Amnistia Internacional aponta o dedo à Meta

A Amnistia Internacional concluiu que a empresa tecnológica deu um contributo substancial, uma vez que o relatório refere que os “algoritmos de formação de conteúdo” do Facebook alimentaram diretamente assassinatos e outros abusos. Além disso, a organização alega que a Meta lucrou com a onda de conteúdo polémico e odioso, que ajudou o governo de Myanmar a preparar o arremesso dos Rohingya.

A disseminação em massa de mensagens que promoviam o ódio, incitando à violência e à discriminação contra os Rohingya, bem como outros conteúdos anti-Rohingya desumanos e discriminatórios, incendiaram a discriminação de longa data e aumentaram substancialmente o risco de um surto de violência em massa.

Alegou a organização.

Em 2016, as forças de segurança de Myanmar deram início a um conjunto de ataques de repressão, em Rakhine, o bairro mais pobre do país. Nessa altura, foram documentados abusos generalizados dos direitos humanos, como assassinatos, espancamentos, detenções, violações e escravatura. Os assassinatos, por exemplo, aumentaram no início de 2017, provocando uma série de contra-ataques.

 

O relatório lançado, agora, pela Amnistia Internacional documenta o papel das redes sociais, especificamente o do Facebook na disseminação de conteúdos, que, conforme defendem, ajudaram os nacionalistas extremistas a perseguir e desumanizar o povo Rohingya.

Vivíamos juntos pacificamente ao lado de outros grupos étnicos, em Myanmar. As suas intenções eram boas para os Rohingya, mas o governo estava contra nós. O público costumava seguir os seus líderes religiosos, por isso, quando os líderes religiosos e o governo começaram a espalhar discurso de ódio no Facebook, as mentes do povo mudaram.

Partilhou, com a Amnistia Internacional, Mohamed Ayas, um professor oriundo de Rohingya.

Por sua vez, a secretária-geral da Amnistia Internacional Agnès Callamard revelou que, “nos meses e anos que antecederam as barbaridades, os algoritmos do Facebook intensificaram uma tempestade de ódio contra os Rohingya que contribuiu para a violência no mundo real”. Na opinião da secretária-geral, enquanto os crimes eram cometidos, a Meta estava a lucrar com o ódio que os seus algoritmos estava a alimentar.

Conforme defende Callamard, a Meta tem de ser responsabilizada e deve compensar “todos aqueles que sofreram as consequências violentas das suas ações imprudentes”.

 

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