Aquilo que os países desenvolvem, internamente, nem sempre é claro para os restantes. Por isso, os Estados Unidos da América (EUA) querem que a China e a Rússia declarem que nunca deixarão “nas mãos” da Inteligência Artificial (IA) o controlo de armas nucleares.
O funcionário do Departamento de Controlo de Armas dos Estados Unidos, Paul Dean, terá instado a Rússia e a China a declararem que a IA nunca controlará a utilização de armas nucleares. Além deste, também França e a Grã-Bretanha terão feito declarações semelhantes.
Numa reunião online, citada pelo Tech Times, o funcionário americano revelou que os Estados Unidos tinham assumido um compromisso claro de que as pessoas tinham o controlo total das armas nucleares. Segundo disse, o país apoiaria uma declaração semelhante da China e da Federação Russa.
Esta perspetiva vai ao encontro da vontade do Presidente dos EUA Joe Biden em aumentar o âmbito das discussões bilaterais com a China sobre a política de armas nucleares e o avanço da IA.
Utilização da IA para fins de combate
A utilização da IA em combate é uma realidade e não apenas uma preocupação teórica. De facto, os drones com IA, como os que foram usados na Ucrânia, já mostraram a capacidade que reúnem para localizar alvos por si próprios quando a comunicação com os humanos é interrompida.
Além disso, há rumores que sugerem que os EUA estão a investigar a forma como os militares israelitas estão a utilizar a IA para localizar alvos em Gaza para ataque.
Por constituir um problema, que só tem como ganhar força considerando a conjuntura atual, a Áustria organizou uma conferência, na segunda-feira, dia 29 de abril, para reiniciar as conversações sobre as questões morais e jurídicas levantadas pela utilização da IA em combate.
Durante o evento, Alexander Schallenberg, ministro dos Negócios Estrangeiros da Áustria, sublinhou a necessidade de acordos e normas internacionais para garantir o controlo humano sobre as armas, e defendeu a intervenção humana em processos de decisão cruciais.
Mais do que isso, alertou para as graves consequências de deixar as máquinas decidir “quem vive e quem morre”.
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