O ChatGPT já provou a sua polivalência e, uma vez que não pode participar em trabalhos académicos, enquanto fonte, dedicou-se à escrita de livros. Aparentemente, na Amazon, há mais de 200 livros que apontam o chatbot como autor ou coautor.
A chegada do ChatGPT, com todas as suas potencialidades, despertou o medo relativamente à Inteligência Artificial (IA), nomeadamente, à possibilidade de a tecnologia ocupar o lugar dos seres humanos no desempenho de algumas tarefas específicas. Se, por um lado, não é possível que o sistema ocupe o lugar de artistas como os escritores, pela veia que a própria profissão exige, por outro, o ChatGPT já é autor ou coautor de mais de 200 livros, disponíveis para compra na Amazon.
A par dos muitos livros que assinou – de receitas, dietas, romances, código, entre outros temas -, o ChatGPT também enveredou pela estrada da poesia. No resumo de Echoes of the Universe, por exemplo, lê-se que a “coleção de poemas oferece uma perspetiva única sobre a beleza e a maravilha do espaço exterior”.
Embora a estimativa aponte para cerca de 200 obras, o número exato de livros escritos pelo ou com a ajuda do chatbot poderá ser maior. Isto, porque é possível que alguns autores não revelem que utilizaram a ferramenta para a escrita – problema que já está a alarmar a indústria editorial.
Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados.
Lamentou Mary Rasenberger, diretora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores profissionais dos Estados Unidos da América (EUA).
Aliás, há mesmo profissionais de várias áreas a aproveitar a capacidade do chatbot para lançar livros, desde romances, até obras de autoajuda, passando pelos livros ilustrados para crianças e por aqueles que ensinam a escrever com o ChatGPT.
A Reuters pediu esclarecimentos à Amazon e à OpenAI, relativamente a este problema: a porta-voz da Amazon, Lindsay Hamilton, explicou que todos os livros na loja devem cumprir as regras de propriedade intelectual, não esclarecendo, todavia, se a empresa tinha planos para rever os seus regulamentos sobre o uso da tecnologia; a OpenAI, por sua vez, recusou-se a comentar.
Deve haver transparência por parte dos autores e das plataformas sobre como estes livros são criados ou acabará com muitos livros de baixa qualidade.
Opinou Rasenberger.
Atualmente, a Amazon dá nome à maior plataforma de venda de livros físicos e eletrónicos, sendo responsável por mais de metade das vendas de livros, nos EUA. Segundo algumas estimativas, é também responsável por mais de 80% do mercado dos livros eletrónicos.
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