A guerra entre a Rússia e a Ucrânia entrou numa nova fase de muita incerteza. A ameaça nuclear subentendida nas declarações de Putin atraiu a condenação imediata de uma série de líderes ocidentais, mas também teve “apoiantes”.
O antigo presidente russo Dmitry Medvedev avisou esta quinta-feira que quaisquer armas do arsenal de Moscovo, incluindo armas nucleares, podem ser usadas para defender territórios ocupados pela Rússia na Ucrânia.
Quaisquer armas russas, incluindo armas nucleares estratégicas podem ser usadas
Os comentários de Medvedev chegam um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter avisado que Moscovo vai usar “todos os meios disponíveis” para proteger a “integridade territorial” da Rússia, anunciando ainda a mobilização de 300.000 forças de reserva para lutar na Ucrânia. A informação foi publicada no Telegram.
“Não só as capacidades de mobilização, mas também quaisquer armas russas, incluindo armas nucleares estratégicas e armas baseadas em novos princípios, podem ser usadas para essa defesa”, declarou.
Medvedev, que é atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, frisou ainda que vão ser realizados referendos pelas autoridades russas e separatistas instaladas em território ucraniano. “Não há como voltar atrás”, considerou.
Moscovo não controla totalmente nenhuma das quatro regiões que vai tentar anexar, com apenas cerca de 60% de Donetsk e 66% de Zaporizhia atualmente sob controlo do seu exército.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
A invasão russa foi justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.