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Uber usa software para escapar às investigações da polícia

A Uber, aplaudida por muitos, está agora a ser alvo de constantes notícias nada abonatórias.

Depois de se saber que pagou 100 mil dólares a hackers para apagar dados e o Tribunal de Lisboa ter considerado que a atividade da Uber em Portugal é ilegal, a nova polémica indica que a Uber utiliza um software que permite alterar dados nos computadores da empresa, de forma dificultar investigações da polícia.


Amada por muitos e odiada por muitos outros, não há dúvida de que a Uber é um tema que dá pano para mangas. Porém, nos últimos tempos, a empresa americana de transportes privados, tem estado no centro de várias polémicas.

Segundo uma reportagem da Bloomberg, a Uber usa um software capaz de bloquear os computadores da empresa, alterando os seus dados e senhas, sempre que há suspeita de estes estarem a ser alvo de investigação por parte da polícia, uma situação caracterizada como grave uma vez que pode ser encarada como uma manobra de manipular e escapar à justiça.

Ripley – A ferramenta para escapar à polícia

O software em questão chama-se Ripley e permite que a equipa da Uber, que se encontra em São Francisco, EUA, aceda a qualquer computador da empresa, nos quatro cantos do mundo, e consiga alterar senhas de acesso e dados, protegendo-os, ainda antes da polícia conseguir aceder a esses mesmos conteúdos.

Há ainda a informação de que os responsáveis pelos escritórios locais e regionais da Uber foram mesmo formados para, caso estivessem sob investigação, ligarem para um número de emergência nos EUA. Após esse mesmo telefonema, a equipa de São Francisco atuava, e acedia às máquinas para alterar os dados.

Porém, segundo a Uber, noticiado pelo Bloomberg:

Like every company with offices around the world, we have security procedures in place to protect corporate and customer data. When it comes to government investigations, it’s our policy to cooperate with all valid searches and requests for data.

Segundo mais informações da reportagem, esta estratégia, criada em 2015 após uma ação policial nos escritórios da Uber em Bruxelas, já foi mesmo utilizada em países como a Bélgica, Holanda e França.

Trata-se de uma situação que pode dividir opiniões… por um lado há a aparente fuga à polícia, dificultando as suas investigações, por outro há a empresa que tem o direito de proteger os seus dados e o acesso a informações confidenciais, sobretudo quando existe uma base de dados bastante alargada de clientes.

Porém, apenas em situações em que os mandados judiciais estão incorretos ou se verifique alguma atitude abusiva no decorrer da investigação, é que pode ser recusado o acesso aos dados e informações pedidas.

Assim, deixamos-lhe a questão…

Concorda com esta estratégia da Uber?

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