A Uber não está a passar um momento fácil. A empresa, em vários países, enfrenta fortes acusações e queixas. Em Portugal, por exemplo, a empresa de TVDE é líder nas queixas por problemas nos seus serviços. Está também a ser investigada por, supostamente, ter recorrido a lóbi político junto de governos. Mais grave que tudo isto são as acusações de 500 mulheres por agressões sexuais e raptos.
A queixa visa a Uber por esta não verificar os antecedentes dos condutores abusadores e negligentes.
Uber: 500 mulheres acusam condutores da Uber de agressões sexuais e raptos
A Uber enfrenta uma ação judicial movida por mais de 500 mulheres que alegam ter sido agredidas por condutores nos EUA, informou a CNBC. A queixa afirma que “mulheres passageiras em múltiplos estados foram raptadas, agredidas sexualmente, violadas, falsamente presas, perseguidas, assediadas, ou atacadas de outra forma”, pelos condutores de Uber.
O escritório de advocacia de São Francisco que apresentou a ação disse ter cerca de 550 clientes com pelo menos mais 150 reclamações a serem investigadas.
No início deste mês, a Uber publicou o seu segundo relatório de segurança mostrando que os relatos de agressões sexuais nas cinco categorias mais graves caíram 38% de 5.981 em 2017 e 2018 para 3.824 para os anos de 2019 e 2020. Contudo, isto pode estar correlacionado com a pandemia da COVID-19, que registou uma queda severa no número de viagens de 2020-2021.
Estamos constantemente a inovar e a investir na segurança da nossa plataforma.
Escreveu a Uber, no relatório, Tony West, o chefe do departamento jurídico.
No entanto, o escritório de advogados disse que a segurança não é a maior prioridade da empresa.
Todo o modelo empresarial de Uber baseia-se em dar às pessoas uma boleia segura para casa, mas a segurança dos passageiros nunca foi a sua preocupação – o crescimento foi, à custa da segurança dos seus passageiros.
Embora a empresa tenha reconhecido esta crise de agressão sexual nos últimos anos, a sua resposta real tem sido lenta e inadequada, com consequências horríveis.
Disse Adam Slater Slater Schulman LLP, sócio fundador da empresa.
Os advogados das vítimas criticaram a Uber por políticas laxistas relacionadas com a verificação dos antecedentes dos condutores e a aplicação da lei. Segundo os advogados, a Uber “optou por contratar motoristas sem impressões digitais ou por passar as suas informações através das bases de dados do FBI… [e] tem uma política de longa data de não denunciar qualquer atividade criminosa – mesmo agressões e violação – às autoridades responsáveis pela aplicação da lei”.
Milhões de dólares em ações contra a empresa
Uber ainda tem de responder ao processo. Um porta-voz de Uber disse à Fox Business que não pode comentar sobre litígios pendentes, mas que a empresa “leva relatórios desta natureza muito a sério e tem trabalhado de perto com os advogados para desenvolver uma abordagem centrada na sobrevivência para tratar de tais casos quando estes surgem”.
A Uber tem um historial de acordos e queixas relacionadas com a segurança de passageiros e condutores. Em 2016, The Guardian relatou que Uber tinha pago 161,9 milhões de dólares em ações judiciais relacionadas com a segurança desde 2009.
Em 2017, enfrentou um processo de ação coletiva acusando-o de “dar aos perpetradores de agressões sexuais, assédio sexual e violência física acesso a milhares de ‘vítimas vulneráveis’ a nível nacional”. E em 2019, a empresa foi processada por 10 milhões de dólares por uma mulher que foi agredida sexualmente por um motorista, dizendo que a empresa a colocou em perigo.