Pplware

TDT: realidade da cobertura dos canais está longe da anunciada

O projecto TDT em Portugal sempre teve várias análises sobre a sua qualidade. A entidade reguladora, a ANACOM, desde Fevereiro de 2016 que divulga informação diária no seu portal, relativa à disponibilidade e estabilidade das emissões de TDT. Esta informação é recolhida numa rede de sondas espalhadas por Portugal e os relatórios divulgados apresentam sempre conclusões positivas da implementação da tecnologia no país. Mas será mesmo assim?

Na verdade, a situação é bem menos positiva, há mesmo casos onde o serviço é mau.

Segundo os dados recolhidos pela DECO, feitas as medições em 10 regiões de Norte a Sul do País, foi verificado que a realidade, face ao que se tem sido pintado, é bem diferente. Há casos com alguns problemas e há outros em que a TDT não serve, de forma alguma, o que havia sido prometido. A DECO dá vários exemplos.

O caso mais flagrante registou-se em Monte Gordo: apesar de a MEO, a detentora da licença, e a ANACOM apresentarem uma total ausência de problemas, nos nove locais onde foram efectuadas medições, foram registados valores de potência insuficientes e níveis elevados de ruído que não permitem uma recepção estável. Como se trata de uma zona sem canais alternativos para sintonizar, os consumidores ficam sem solução.

A qualidade do sinal TDT na rede de frequência única (canal 56) está longe de mostrar um bom desempenho, ao contrário do divulgado pela MEO e pela ANACOM. Nas medições em multifrequência (que permite o uso de canais alternativos ao 56), os resultados foram mais positivos. Mas, nalguns locais, a DECO registou algumas divergências entre os canais alternativos anunciados e os que garantiam a melhor recepção.

Por exemplo, embora o mapa da ANACOM indique que Penalva do Castelo está servida pelo canal 48, não foi conseguido detectar esse canal. Mas encontraram o canal 46 (emissor da Lousã). Uma sugestão que é deixada aos consumidores é para que estes sintonizem os diferentes canais até encontrarem o que garante melhor imagem.

 

A realidade

De facto e segundo os dados recolhidos das medições levadas a cabo nas 10 regiões portuguesas, o panorama não é nada positivo, o desempenho, como é referido no relatório da DECO, está longe de apresentar um bom desempenho. Além disso, as evidências mostram que o mapa de cobertura da MEO continua a não ser um indicador fiável. Já as sondas da ANACOM são apenas uma ferramenta que ajuda o regulador a identificar quebras na recepção. Já no que toca à licença de utilização atribuída à MEO, esta termina em Junho de 2023, tornando-se assim imprescindível que o processo de migração para a rede de multifrequências fique concluído antes dessa data. Para tal, a operadora tem de terminar a reestruturação da rede, com a qual se comprometeu.

Exit mobile version