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Submarino nuclear britânico detetou navio russo perto dos seus cabos submarinos

Esta será a segunda vez, em três meses, que um navio russo é visto a rondar cabos submarinos britânicos. A presença do navio foi interpretada como parte da estratégia de guerra híbrida da Rússia.


Submarino britânico escoltou o navio russo

Se ontem foi Taiwan que sofreu um novo corte de cabo submarino, hoje a tensão desloca-se para a Europa, mais precisamente para as águas britânicas.

Há algumas horas, o Governo britânico revelou que um misterioso navio russo chamado Yantar tinha estado nas águas britânicas no outono passado.

O problema é que este navio voltou a surgir nas proximidades de cabos submarinos de comunicação da nação, e desta vez foi “escoltado” por um submarino nuclear da Royal Navy.

Guerra hibrida por parte da Rússia levanta preocupações

O Reino Unido levantou a voz em relação ao que parece ser uma crescente ameaça de agressão por parte da Rússia, após a recente incursão do navio-espião Yantar em águas britânicas pela segunda vez em apenas três meses.

Este movimento foi interpretado como uma tentativa do Kremlin de avaliar as capacidades de defesa do país.

De acordo com o secretário da Defesa britânico, John Healey, um submarino nuclear e dois navios da Royal Navy foram destacados durante dois dias para monitorizar as atividades do Yantar, descrito como um navio concebido para a recolha de inteligência e mapeamento de infraestruturas submarinas críticas, incluindo cabos de telecomunicações e energia que ligam o Reino Unido ao continente europeu.

Esta incursão ocorre, além disso, num contexto de crescente preocupação com a segurança das infraestruturas-chave na Europa, algo que tem sido amplamente destacado, e num momento em que os serviços de inteligência ocidentais alertaram para a intenção da Rússia de usar a sabotagem como ferramenta de pressão após a guerra na Ucrânia.

Capacidade do navio russo

O Yantar, operado pela Direção Principal de Investigação em Águas Profundas da Marinha Russa e “oficialmente” classificado como um navio de investigação oceanográfica do projeto 22010, foi projetado especificamente para a recolha de informações sobre infraestruturas submarinas.

Está equipado com submersíveis autónomos capazes de operar a profundidades de até 5.500 metros, permitindo identificar, mapear e até manipular cabos submarinos essenciais para a conectividade e o fornecimento energético da Europa.

Embora as suas capacidades possam teoricamente permitir atos de sabotagem, especialistas em segurança, como Justin Crump, da firma de inteligência Sibylline, destacam que o objetivo principal do navio parece ser a recolha de informações sensíveis para futuras operações estratégicas, em vez de ações diretas no presente.

O Reino Unido tem uma vasta rede de cabos submarinos que são essenciais para a sua conectividade global, incluindo cabos de telecomunicações, de internet e de fornecimento de energia. Alguns dos principais cabos submarinos que conectam o Reino Unido com outros países incluem o CABO FASTER, CABO HAWAI-1, CABO ATLANTIS-2, CABO SUBMARINO MAREA, CABO UK-IRELAND… entre outros.

Sabotagem no fundo do mar

Não há dúvida de que as atividades do Yantar geraram preocupação no Reino Unido e em toda a Europa, especialmente após os recentes incidentes no Mar Báltico, onde cabos submarinos de energia e telecomunicações surgiram cortados, o que suscitou suspeitas de atos deliberados de sabotagem. Embora esses atos não tenham sido confirmados, como mencionámos ontem, investigações oficiais apontam para outro tipo de problemas relacionados com a inexperiência.

De qualquer forma, o que é certo é que a NATO respondeu intensificando a sua presença na região com a operação Baltic Sentry, destacando navios de guerra, patrulhas aéreas e drones para proteger as infraestruturas submarinas críticas.

Reino Unido reforçou a sua posição após a segunda incursão do Yantar

O secretário de Defesa britânico sublinhou que a Rússia representa a ameaça mais imediata e significativa para o país, reafirmando o compromisso do Reino Unido em tomar medidas firmes para proteger a sua segurança nacional.

Como parte dessa estratégia, as regras de confronto da Royal Navy foram atualizadas, permitindo um acompanhamento mais próximo dos navios russos suspeitos de realizar atividades hostis.

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