As notícias sobre a intenção da Rússia de controlar a utilização da Internet tem feito correr muita tinta nestes últimos dias.
Nada parece escapar a Putin, sejam os bloggers, o código fonte da Apple, o serviço Tor e a utilização de uma Internet Livre no geral.
Nesta sexta-feira foi publicado um decreto de lei que obriga a que todos os utilizadores se identifiquem sempre que se ligarem a redes Wi-Fi públicas, proibindo, assim, o acesso anónimo.
Como seria de esperar, esta notícia gerou polémica e indignação entre os utilizadores russos que se têm visto a braços com o presidente Putin quanto à, cada vez mais cerrada, utilização da Internet.
As autoridades russas negam que esta medida tenha a intenção de controlar os utilizadores e o Ministério das Comunicações já lançou um comunicado de forma a tranquilizá-los, indicando que estes não necessitam de mostrar os passaportes para se ligarem à Internet.
Nikolai Nikiforov, ministro das Comunicações, adianta que o requerimento de identificação para ligação à Internet é algo normal:
“Identification of users (via bank cards, cell phone numbers, etc.) with access to public Wifi is a worldwide practice” – via Twitter
Vandim Dengin, vice-presidente da comissão de TI do parlamento afirma também:
“It’s about security. An information war is under way. Anonymous access to the Internet in public areas allows illegal activities to be carried out with impunity.”
Houve ainda espaço para a sátira, sendo que Alexei Venediktov, editor da popular rádio Ekho Moskvy, admite que o próximo passo do governo russo será inserir um chip no peito das pessoas de forma a que se detectem automaticamente “possíveis fornecedores de informação ao inimigo”.
Contudo, jornais como o Izvestia apontam para uma lei que exige aos utilizadores a indicação do nome completo e um número de identificação assim que acedam a ligações WiFi públicas como cafés e parques públicos. Há ainda a indicação de que os dados pessoais fornecidos deverão ser armazenados pelo menos 6 meses.
As empresas queixam-se de que o decreto não é claro e que percebem ainda pouco sobre a nova lei.
Sergei Plugotarenko, chefe da Associação de Comunicações Electrónicas russo adianta que esta decreto foi inesperado, sendo assinado em tão pouco tempo sem haver uma consulta prévia. A ser verdade, esta exigência seria uma “dor de cabeça” e espera que esta tendência restritiva termine nalgum momento pois, mais cedo ou mais tarde nada mais haverá para proibir, conclui.
O que pensam desta nova lei do Governo russo?
via | Reuters