Em Portugal é já um dos métodos mais usados nos restaurantes McDonald’s. As pessoas usam os quiosques automáticos de encomenda, colocados usualmente na entrada das lojas, para facilitar os pedidos. São equipamentos com grandes ecrãs de toque que permitem escolher o que comer, pagar e aguardar o pedido.
Um relatório vem agora dar conta que no Reino Unido estes ecrãs têm vestígios de fezes.
Encontradas bactérias que podem provocar doenças graves
Vestígios de fezes foram encontrados em todos os ecrãs dos quiosques de encomenda automática que os McDonald’s ingleses disponibilizam, segundo uma investigação da Metro.co.uk.
Já por várias vezes foram feitas análises aos smartphones e concluiu-se que estes dispositivos têm mais bactérias que uma sanita. Agora imagine-se um ecrã 15 ou 20 vezes maior.
As amostras foram retiradas das novas máquinas que instaladas nos restaurantes em todo o país – cada uma delas tinha coliformes.
As bactérias do grupo coliforme habitam o intestino de animais mamíferos, como o homem, e são largamente utilizadas na avaliação da qualidade das águas, servindo de parâmetro microbiológico básico às leis de consumo criadas pelos governos e empresas fornecedoras que se utilizam desse número para garantir a qualidade da água para o consumo humano.
Numa investigação recente, levada a cabo pelo jornal britânico Metro, em colaboração com a Universidade Metropolitana de Londres, foram analisados os ecrãs das máquinas automáticas e foi descoberto em todos os ecrãs, matéria fecal.
Para a investigação foram escolhidos 8 restaurantes da cadeia de fast-food McDonald’s no Reino Unido – seis deles em Londres e dois em Birmingham, a segunda maior cidade do país. Todos continham coliformes.
O professor de microbiologia da Universidade Metropolitana de Londres, Paul Matewele, referiu que:
Ficámos surpresos com a quantidade de bactérias intestinais e fecais que existiam nas máquinas touchscreen. Isso causa o tipo de infeção que as pessoas apanham nos hospitais.
Staphylococcus aureus, bactéria que pode provocar intoxicação alimentar
Das amostras que foram recolhidas nos ecrãs, deu positivo para Staphylococcus aureus. Esta bactéria poderá estar por trás de certas infeções da pele, intoxicação alimentar e, em certos e esporádicos cenários mais graves, poderá haver envenenamento do sangue e síndrome do choque tóxico.
“Ver o Staphylococcus nestas máquinas é preocupante porque é muito contagioso.
Reforçou Matewele.
Foram encontradas várias bactérias perigosas
Se fosse um caso ou outro, provavelmente a dimensão não se tornaria preocupante. Contudo, nestas análises aos ecrãs foi também encontrada outra bactéria, a Listeria, que provoca a infeção Listeriose.
A listeriose é uma infeção causada pela bactéria Listeria monocytogenes (L. monocytogenes), habitualmente associada ao consumo de alimentos contaminados.
Apesar de pouco frequente, a infeção pode ser grave, especialmente em imunodeprimidos e recém-nascidos.
Esta bactéria pode levar a abortos espontâneos e bebés nados-mortos em mulheres grávidas.
A Listeria é outra bactéria rara que ficamos chocados ao encontrar nas máquinas touchscreen, pois pode ser muito contagiosa e um problema para aqueles com um sistema imunológico fraco.
Outro risco para a saúde encontrado foi a bactéria Proteus, descoberta em três quartos dos ecrãs. O Proteus pode ser encontrado em fezes humanas e animais. Também é amplamente distribuído no solo. Pode causar infeções do trato urinário e é também uma das infeções hospitalares adquiridas, podendo ser responsável por septicemia.
Alerta o especialistas.
Tecnologias com cada vez mais utilizadores
Os ecrãs com sensibilidade ao toque estão a ser usados em praticamente todo o lado. Automatizam processos, aumentam a velocidade dos serviços e estão a ocupar o lugar e funções que outrora eram pessoas a desempenhar.
As pessoas usam os ecrãs, deixam gorduras e vestígios do que os seus dedos transportam. Sendo estas máquinas um local que antecede uma refeição, poderá tornar-se numa grande fonte de doenças se não houver o cuidado de manter sempre limpos os ecrãs.
Segundo o jornal, um porta-voz do McDonald’s disse que os restaurantes limpam os seus ecrãs self-service com frequência ao longo do dia, mas, de acordo com Matewele, o desinfetante não deve ser forte o suficiente para matar todas as bactérias.
Será uma tendência mundial?
Na verdade, a amostra é pequena, com máquinas destas a chegar agora a vários pontos do mundo. Ainda não há destes equipamentos em todos os restaurantes McDonald’s, mas começa a ser usual encontrar em todos os serviços de comida nalguns países. Portugal tem já várias empresas a usar tecnologia idêntica.
Não basta limpar, tem de haver uma limpeza com produtos antibacterianos de qualidade.
|Via