A pandemia provocada pela COVID-19 meteu uma grande parte dos portugueses em casa. Neste período de confinamento, as redes de comunicações conseguiram aguentar todo o tráfego gerado e demonstraram que Portugal tem umas das melhores infraestruturas da Europa.
No entanto, nem todos tiveram a mesma experiência. Segundo dados da ANACOM, durante este período foram registadas milhares de reclamações.
Durante o estado de emergência associado à pandemia de COVID-19 (19.03 a 02.05), a ANACOM registou cerca de 10,3 mil reclamações provenientes do livro de reclamações eletrónico, das quais cerca de 6,8 mil sobre serviços de comunicações eletrónicas e cerca de 3,5 mil sobre serviços postais. Só no mês de abril foram registadas no livro eletrónico cerca de 9 mil reclamações, mais 29% do que no período homólogo.
Os serviços postais são os principais responsáveis pelo aumento das reclamações no período do estado de emergência.
ANACOM: MEO foi o operador com mais reclamações
Os serviços de comunicações eletrónicas continuaram a ser os mais reclamados, tendo registado cerca de 5,7 mil reclamações no mês de abril (+6%).
O prestador de serviços mais reclamado neste período foi a MEO (36%), seguida da VODAFONE (31%) e da NOS (29%). Os assuntos mais reclamados estiveram relacionados com:
- A gestão dos contratos
- Cancelamento e a avaria de serviços, sobretudo fixos
- Serviço de acesso à Internet
- Velocidade do acesso à Internet neste período
Reclamações sobem na 1ª semana pós-estado de emergência
Na primeira semana pós-estado de emergência (02.05 a 08.05), a utilização do livro de reclamações eletrónico aumentou, tendo sido registadas 1960 reclamações através deste meio, mais 7% face à semana anterior.
As comunicações eletrónicas parecem estar num período de estabilização, tendo registado uma redução de 2% das reclamações na semana que passou, face à anterior. Neste sector, destaque para o aumento relevante das queixas sobre avaria de serviços (+39%) e velocidade da Internet (+109%).