Está ainda em desenvolvimento, mas os investigadores admitem estar otimistas. A primeira vacina do mundo contra o cancro do ovário, a ser desenvolvida no Reino Unido, poderá erradicar a doença.
A ser desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a OvarianVax é a primeira vacina do mundo contra o cancro do ovário, ensinando o sistema imunitário a reconhecer e a atacar as primeiras fases da doença.
Os especialistas esperam que a vacina funcione de forma semelhante àquela contra o Vírus do papiloma humano (HPV), prevenindo a doença.
No Reino Unido, onde a vacina está a ser desenvolvida, o objetivo é que as mulheres possam receber a vacina preventivamente no Serviço Nacional de Saúde, por forma a erradicar a doença.
Investigadores otimistas com nova vacina
A equipa do professor Ahmed Ahmed, do laboratório de células de cancro do ovário do MRC Weatherall Institute of Molecular Medicine da universidade, estão a trabalhar para identificar alvos celulares para a vacina.
O objetivo passa por determinar quais as proteínas da superfície das células cancerígenas do ovário em fase inicial que são mais bem reconhecidas pelo sistema imunitário e a eficácia com que a vacina mata modelos da doença em laboratório.
Depois, poderão levá-la a ensaios clínicos em seres humanos com pessoas portadoras de mutações do gene BRCA – que aumentam consideravelmente o risco de cancro do ovário – e também com mulheres saudáveis.
Questionado sobre se o cancro do ovário poderia ser eliminado com a nova vacina, o Ahmed Ahmed disse:
Sem dúvida – seria esse o objetivo. Ainda temos um longo caminho a percorrer, mas este é um momento muito emocionante. Eu próprio estou muito otimista.
O otimismo deve-se ao facto falarmos “de prevenir as primeiras células cancerígenas que se desenvolvem – e não de tentar curar ou tratar ou evitar que o tumor volte”.
Espero que, uma vez que o número de células a que nos dirigimos é bastante reduzido, sejamos bem-sucedidos.
Temos visto sucesso com a vacina contra o HPV: é de facto incrivelmente eficaz.
O professor Ahmed afirmou que as portadoras da mutação BRCA poderiam beneficiar muito com a nova vacina, porque “não teriam de remover os ovários”, conselho dado, por vezes, às pessoas portadoras de mutações do gene BRCA.
Além disso, disse que, apesar de o calendário completo para a aprovação da vacina poder estar “a muitos anos de distância”, espera começar a ver o impacto da vacina “dentro de quatro ou cinco anos na população saudável”, através dos ensaios clínicos.
O Cancer Research UK está a financiar o estudo com um montante máximo de 600.000 libras durante os próximos três anos.