No inicio do mês a Polícia Judiciária (PJ) deteve 16 pessoas por práticas de cardsharing. Recentemente a PJ, através do Departamento de Investigação Criminal de Leiria, identificou e deteve, em flagrante delito, um homem, casado, engenheiro de TIC, suspeito da prática dos crimes de burla informática, acesso ilegítimo e detenção de dispositivos ilícitos, entre outros, através do método de Cardsharing.
No âmbito de investigação em curso, a Polícia Judiciária procedeu à realização de buscas, no decurso das quais se constatou que o suspeito tinha diverso equipamento informático e eletrónico ligado, a aceder e a partilhar conteúdos de televisão e internet, sem que para isso estivesse legitimado e autorizado, tendo esse equipamento sido apreendido e o suspeito detido.
O mesmo mantinha em funcionamento uma estrutura própria, ilícita, de disponibilização do serviço protegido de TV, instalando equipamentos especialmente adulterados para a receção do sinal codificado e disponibilizando os acessos a um número assinalável de clientes, recebendo os pagamentos acordados.
O que é o Cardsharing?
CardSharing consiste na partilha de um ou vários cartões de decodificação de sinal através da Internet. Os “clientes” pagam pelo serviço ilegal uma quantia simbólica (comparativamente aos preços praticado pelos operadores). Não se trata de um sistema em que são partilhadas as imagens ou o sinal de satélite ou cabo, mas apenas os dados de “descodificação” do sinal.
O cardsharing representa uma das maiores ameaças ao modelo atual de TV paga, sendo responsável por grandes prejuízos às operadoras e empresas que fornecem a criptografia utilizada nestes sistemas.
TV pirata em Portugal! Um “crime” punido com pena até 5 anos
Em Portugal, os utilizadores que distribuem ilegalmente sinal de TV cometem pelo menos quatro crimes puníveis com penas que podem chegar aos cinco anos de cadeia e avultadas multas. Os crimes em causa são os de
- Usurpação – que pode chegar aos três anos de prisão
- Proteção das medidas tecnológicas – Pena máxima de um ano de prisão
- Acesso ilegítimo – Pena de prisão entre um e cinco anos
- Detenção de dispositivos ilícitos – Pena pode ir até três anos de prisão
Estima-se que as perdas das operadoras rondem os 600 mil euros por mês. Em Portugal o preço mensal de uma subscrição para ter TV+Internet ronda os 31.4€.
A atividade era desenvolvida na zona de Abrantes. O suspeito, de 45 anos de idade, vai ser presente às autoridades judiciárias competentes para interrogatório.