O eleito Presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, tem apresentado aqueles que farão parte da sua passagem pela Casa Branca. Para diretor da NASA, nomeou Jared Isaacman, que teve um desacordo – que pode ser curioso – com a agência espacial.
Recentemente, Donald Trump nomeou o bilionário e turista espacial da SpaceX, Jared Isaacman, como o próximo diretor da NASA, sucedendo a Bill Nelson, que encabeça a agência espacial desde 2021.
O mais recente nomeado já esteve no espaço duas vezes, a bordo da nave Crew Dragon da SpaceX, e foi o primeiro cidadão privado a fazer uma caminhada espacial, com o lançamento da Polaris Dawn, que comandou, em setembro.
Curiosamente, a relação do recém-nomeado diretor com a NASA pode tornar os próximos capítulos mais interessantes.
O empresário e piloto ofereceu-se para embarcar numa missão para visitar o inovador Telescópio Espacial Hubble da agência espacial, com o objetivo de o reparar. Este plano não agradou aos funcionários da NASA, que acabaram por decidir não avançar com a missão.
Em junho, o diretor de astrofísica da NASA, Mark Clampin, anunciou que o plano acabaria por causar mais danos do que benefícios.
Embora a NASA “aprecie muito” os esforços da SpaceX, revelou na altura aos jornalistas que “a nossa avaliação também levantou uma série de considerações, incluindo riscos potenciais como a perda prematura de ciência e alguns desafios tecnológicos”.
Na perspetiva de Jared Isaacman, contudo, o tempo está a esgotar-se rapidamente, com um dos giroscópios do Hubble, que ajudam a apontar na direção certa, a ter problemas.
With Hubble orbit decaying there is only a limited time to plan, train & fly a mission. I am a bit concerned that the ‘clock’ is being run out on this game.
The mission has to help advance the capabilities of the commercial space industry. We are not going to just reboost a…
— Jared Isaacman (@rookisaacman) January 8, 2024
Para a NASA, os riscos envolvidos no que Isaacman propunha, que incluía visitar o telescópio espacial a bordo de uma nave Crew Dragon, eram substanciais.
De facto, mesmo o seu Space Shuttle, que foi utilizado para fazer a manutenção do Hubble cinco vezes, entre 1993 e 2009, esteve muito perto de danificar permanentemente o telescópio espacial, conforme noticiou a NPR, em maio.
Além disso, a Crew Dragon não tem uma câmara de vácuo nem um braço robótico como o Space Shuttle, o que complica ainda mais as coisas.
Para confiança de Isaacman, o piloto demonstrou, no início do ano, que é possível sair da cápsula Crew Dragon com a ajuda de uma “corda umbilical”.
Ora, se for aprovado como novo diretor da NASA, Isaacman passará a ser o chefe de pessoas como o diretor de astrofísica da NASA, Mark Clampin, que anteriormente rejeitaram o seu plano.
Portanto, caso Jared Isaacman chegue, efetivamente, ao cargo, será interessante acompanhar a dinâmica.