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Não é à grande e à americana: gigantes com dificuldade em despedir funcionários na Europa

Na Europa, não sejas americano, pois as regras não podiam ser mais distintas. Se por lá os despedimentos em massa têm sido peanuts, por cá, na Europa, as gigantes tecnológicas não estão a ter tanta sorte.


A indústria tecnológica não está a atravessar o seu melhor momento e temos conhecido por aqui uma onda de despedimentos que não tem deixado nenhuma gigante de fora, desde a Amazon e a Meta, até à Google e à Apple, muitos têm sido os funcionários a ser dispensados.

Esta onda é a resposta das empresas à crise que o mundo atravessa e que, ainda que de diferentes formas, está a afetar os mercados. Segundo confirmou o Xataka, o portal layoffs.fyi, que contabiliza os despedimentos da indústria tecnológica, em tempo real, indica que, em 2023, já foram dispensadas 168.918 pessoas, em 572 empresas.

 

Na Europa, não sejas americana

Aparentemente, a Google e a Amazon, que protagonizaram largos despedimentos, em janeiro e março, respetivamente, de modo a cortar despesas, estão a ter alguma dificuldade em concretizá-los, na Europa, segundo a Bloomberg.

A lei laboral que vigora nos EUA não é igual à dos países da Europa e, por isso, segundo os meios de comunicação americanos, as gigantes tecnológicas estão a ver a sua tarefa de despedir milhares de funcionários dificultada.

Especificamente, a Google está em negociações com os representantes dos seus funcionários, em França e na Alemanha. Contudo, o processo está a revelar-se tão lento que, segundo a Bloomberg, a empresa está a considerar deixar esses profissionais europeus até ao fim do processo de cortes globais, e não exclui a possibilidade de a mão-de-obra permanecer intacta, sem despedimentos.

A Google está a trabalhar de modo a assegurar que os despedimentos “cumprem os requisitos legais, que variam consoante o local, são complexos e demorados”, segundo partilhou um porta-voz da empresa com a Bloomberg. Aliás, já apresentou várias propostas de pacotes de despedimentos na esperança que fossem suficientemente atrativos.

À semelhança da Google que não está a ver a sua tarefa facilitada, em França, também a Amazon já precisou de oferecer, por exemplo, uma anuidade completa, de modo a assegurar que alguns senior managers, baseados em Paris, deixam a empresa.

Para Parul Koul, engenheira de software na Google, em Nova Iorque, e secretária geral do sindicato Alphabet Workers Union dos EUA, o facto de os regulamentos europeus protegerem mais os trabalhadores é “inspirador para as pessoas nos EUA”.

Ainda assim, apesar dos obstáculos que as gigantes tecnológicas estão e poderão ainda enfrentar, em certos países, os seus planos de reestruturação não serão alterados.

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