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“Momo está morta”, diz o escultor – será o fim do desafio?

A “mãe-pássaro” foi a escultura feita em 2016 pela mão de Keisuke Aisawa. A mesma que esteve em exposição no museu Vanilla Gallery, em Tóquio, durante esse ano. Mais recentemente, foi associada ao desafio Momo Challenge, em circulação no WhatsApp e inserida em trecho de vídeos no YouTube. Agora, chegou ao fim.

O criador da obra afirma que a estátua foi completamente desfeita. Assim sendo e de acordo com o próprio artista, “o feitiço já foi quebrado”.


Os seus olhos esbugalhados jamais verão a luz do dia. O seu sorriso exagerado com feições de pássaro, o seu cabelo escorrido que mal disfarça a tez cadavérica da sua “pele”, não voltarão a assustar crianças no WhatsApp ou no YouTube. Nem mesmo o seu pescoço alongado, narinas salientes e expressão adequada a um clássico filme de terror japonês. Este é o fim da “Momo”, mas esperemos que não seja o início da lenda urbana.

A escultura Momo foi destruída pelo seu “pai”

Tudo no seu aspeto evoca sensações de desconforto, incómodo ou mesmo terror. Desde as suas patas, ao peito notório e à ausência de tronco. Para o artista, a obra pretendia amalgamar o instinto maternal, não só do ser humano, mas também das aves, inspirações visíveis nos traços da estátua.

Agora, de acordo com as declarações de Keisuke Aisawa ao The Sun, as crianças já não precisam de temer a sua estátua uma vez que a mesma já foi destruída. Aisawa afirma que a estátua “estava podre e não foi concebida para durar”. Assim sendo, o seu criador resolveu colocar um ponto final à existência da Momo.

O artista japonês de 43 admite que a Momo foi criada para assustar as pessoas, tendo-se inspirado também no género de terror presente na 7.ª arte. Contudo, nada o preparava para a utilização indevida da sua criação pela comunidade online. Já, por outro lado, o seu verdadeiro impacto ou veracidade poderá nunca vir a ser totalmente compreendido.

O uso indevido no Momo Challenge, desafio viral no WhatsApp

A Momo tornou-se no rosto do desafio Momo Challenge. O mesmo ter-se-á espalhado de forma viral pelo WhatsApp e chegou a “assombrar” alguns vídeos de YouTube. Algo que não passou despercebido ao artista, sentindo-se o mesmo culpado pelo impacto negativo junto das crianças. Contudo, Aisawa diz-se contente por ver a sua arte espalhada por todo o mundo.

Graças às declarações do seu criador, esperamos que o Momo Challenge desapareça gradualmente da agenda mediática. Ainda que tudo possa não ter passado de uma brincadeira da mau gosto, causou bastante temor junto da população civil. Assim sendo, pode assegurar as suas crianças, a “Momo” já não existe.

O desafio Momo Challenge espalhou-se pelo mundo, tendo feito a sua primeira aparição em 2018. Contudo, seria só mais recentemente que o caso voltaria a causar sérias preocupações junto dos pais e comunidade civil. Ainda que nenhuma morte confirmada tenha sido associada a este desafio, o temor é bem real.

A “Momo” chegou a assombrar alguns vídeos do YouTube

Presente em alguns vídeos do YouTube, cuidadosamente editados para passarem despercebidos nos filtros da plataforma. Aliás, tal como aqui demos a conhecer em ocasião anterior, vários pais detetaram figuras da escultura e alusões ao desafio Momo Challenge em vídeos da Peppa Pig e do jogo Fortnite, entre outros.

As autoridades civis e várias escolas do Reino Unido, a título de exemplo, emitiram alertas para os pais, alertando-os para a circulação deste desafio. Contudo, a plataforma de vídeos da Google, o YouTube afirmou categoricamente que não existem, ou existiram vídeos a promover o desafio.

Já, por outro lado, nas suas declarações oficiais, o YouTube nunca afirma que não existissem provas de que o desafio estava escondido nos vídeos. Isso seria uma contradição da verdade e uma séria ofensa às legítimas preocupações de muitos pais. Porém, vimos algumas instituições de caridade a tomar uma postura distinta.

O artista quer assegurar dos pais, diz-se responsável pelo impacto negativo

O seu uso indevido no desafio Momo Challenge é inquestionável. Por conseguinte, o artista sente-se responsável pelo impacto causado junto das crianças, ainda que para os adultos a mera existência do desafio posa levantar dúvidas.

Certo é que uma imagem aterradora como a da Momo, exacerbada pelas ameaças propagadas através do WhatsApp, YouTube e vários outros meios, tudo isso pode afetar uma mente jovem.

O artista afirma que a estátua estava ainda “mais aterradora” quando a destruiu, considerando-a “podre”, não tendo a mesma sido concebida para durar vários anos. Desta forma, Keisuke Aisawa quer tranquilizar os pais, “não me arrependo agora que desapareceu”, afirma.

Já numa nota estritamente pessoal, mais aterrador do que a estátua em si são as mentes que concebem este tipo de fenómenos, visando apenas fazer mal, de formas que até nós adultos mal compreendemos, aos mais inocentes e que devem ser protegidos a qualquer custo. Em suma, espero que este seja efetivamente o último capítulo do Momo Challenge.

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