Portugal, desde há alguns anos, que está na mira de grandes empresas que se dedicam à extração do lítio. O ano passado, a empresa australiana Dakota Minerals, foi notícia por ter já atividade na prospeção de lítio para baterias em Trás-os-Montes. A empresa confirmou que em Portugal existe uma das maiores reservas de lítio da Europa. No final do ano, contudo, o assunto chegou ao tribunal!
O lítio tem uma enorme importância na economia do mundo, tanto no presente como no futuro, e Portugal está entre os países com grandes potencialidades na extração deste minério.
Dado o investimento da indústria automóvel nos veículos elétricos, o lítio passou a ter um valor acrescentado dadas as mais inovadoras tecnologias de armazenamento acessíveis a esta indústria. As baterias de lítio ainda são o garante de uma performance aceitável no que toca à autonomia dos veículos elétricos modernos.
Nesse sentido, conforme deu a conhecer o secretário-geral do Observatório Internacional de Recursos Minerais, Vítor Correia, à TSF, o lítio é uma matéria-prima cada vez mais necessária para o funcionamento de dispositivos de alta tecnologia, nomeadamente os automóveis.
Há muitas formas de produção de energia verde, mas carecem sempre de um modo de armazenamento, a bateria. A Europa percebeu que, se não investisse nas matérias-primas necessárias para a produção de baterias, colocaria em risco alguns setores industriais importantes, nomeadamente a indústria automóvel.
Referiu o geólogo português que lidera o observatório sediado em Bruxelas.
Bingham Canyon. Mina a céu aberto em Utah, Estados Unidos.
Vítor Correia também faz menção que os maiores produtores de lítio são os países da América Latina, mas Portugal tem boas reservas na zona Norte e Centro do País.
Embora não tenha uma grande jazida, [o país] tem muitos depósitos de dimensões médias que, no seu todo, assumem importância à escala europeia.
Em Portugal a exploração deste minério terá de ser feita de forma mais produtiva, por isso Vítor Correia está convicto que as explorações de lítio serão feitas a céu aberto, como se fosse uma pedreira.
Não é economicamente viável explorar como uma mina subterrânea, a não ser que a jazida seja muito grande.
Além da questão económica, há igualmente a questão ambiental e isso é também referido que a exploração a céu aberto ajudará na recuperação ambiental, esta será muito mais fácil e com possibilidades de ser uma fonte de lucros para as empresas exploradoras.