A empresa Helical Fusion, sediada em Tóquio, no Japão, prepara-se para lançar o primeiro reator de fusão nuclear em estado estacionário do seu género. Trata-se de um reator “piloto”, mas se for bem sucedido, o projeto poderá ter implicações importantes para o futuro da energia limpa.
Cientistas querem um reator nuclear que aproveite o poder da fusão
Os reatores nucleares existentes funcionam a partir da criação de energia através da fissão – a reação nuclear em que os átomos se dividem. No entanto, há muito que os cientistas procuram criar um reator nuclear que aproveite o poder da fusão, em que dois átomos se unem.
Um reator de fusão imitaria o mesmo processo que alimenta o Sol e poderia, teoricamente, produzir energia limpa e renovável praticamente ilimitada. A fusão também não produz os mesmos subprodutos radioativos que a fissão, o que a torna globalmente mais segura. Desde que consiga obter financiamento suficiente, a Helical Fusion pretende criar um reator deste tipo.
Pretendemos ter o primeiro reator combinado em estado estacionário do mundo a funcionar e a produzir energia elétrica nos próximos 10 anos. Se o reator-piloto funcionar durante alguns anos a partir de 2034 (…), poderemos começar a construir um reator comercial e pô-lo a funcionar, no mínimo, em 2040.
Disse Takaya Taguchi, diretor executivo da Helical Fusion, à Reuters, segundo a Interesting Engineering.
Fusão nuclear comercial é inevitável
Embora os cientistas tenham conseguido a fusão nuclear, têm-se esforçado até agora por produzi-la sem gastar mais energia do que aquela que conseguem criar, tornando as tentativas anteriores comercialmente inviáveis e insustentáveis.
No entanto, cientistas de todo o mundo estão constantemente a fazer progressos no domínio nuclear, deixando a impressão de que um reator de fusão nuclear comercial é inevitável.
Recentemente, os governos japonês e americano uniram forças para combinar os progressos científicos de cada país no aproveitamento da fusão nuclear. Os cientistas chineses também registaram recentemente alguns avanços importantes. Uma startup sediada na Califórnia está também a trabalhar num processo que espera poder ajudar a tornar a fusão comercialmente viável.
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