Portugal viveu recentemente um pesadelo no que diz respeito a incêndios. Depois do inferno de Pedrógão Grande, o fogo voltou a a fazer várias vítimas, em vários concelhos de Portugal…é preciso mudar muita coisa!
No que diz respeito às infraestruturas das redes de comunicações eletrónicas, que acabam por ter várias falhas em cenários deste tipo, a ANACOM propõe que os cabos de comunicações sejam enterrados.
Na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande a ANACOM decidiu averiguar o impacto dos incêndios florestais nas infraestruturas das redes de comunicações eletrónicas. Segundo informações do regulador, no trabalho feito foi identificada a necessidade de estabelecer um novo quadro legal e regulamentar sobre o planeamento, construção, reconstrução, reconversão e instalação de infraestruturas de comunicações eletrónicas e de infraestruturas aptas ao alojamento destas. Este novo quadro legal deverá incluir normas técnicas, incluindo no que respeita à proteção das infraestruturas em caso de incêndio e outros desastres naturais.
As outras medidas identificadas pela ANACOM visam a proteção das estações de radiocomunicações, dos postes, cabos e traçados aéreos de comunicações.
A ANACOM sugere também a fixação de requisitos que promovam a substituição de traçados aéreos de cabos de comunicações por traçados subterrâneos ou por feixes de rádio, no acesso à estação; e a partilha de trajetos nos traçados aéreos de cabos de comunicações e de cabos de alimentação de energia elétrica, para criar e manter uma faixa de proteção contra incêndios com uma largura adequada.
No que respeita aos postes, cabos e traçados aéreos de comunicações propõe-se o estabelecimento de requisitos técnicos que assegurem que nas áreas de risco recorrente é dada prioridade à instalação em traçado subterrâneo e não aéreo, seja aquando da construção e instalação de novas redes, seja nos casos de reconstrução após incêndios ou outra calamidade. Neste processo devem ser aproveitadas infraestruturas já existentes (ex: condutas em rodovias) ou adotadas as melhores práticas constantes das recomendações da União Internacional das Telecomunicações (ex.: perfuração horizontal dirigida e micro e mini valas).
O regulador defende ainda a colocação em cada poste de um identificador georreferenciado, com indicação do proprietário e respetivo contacto, sobretudo nos casos em que estão situados em zonas de alta ou muito alta perigosidade de incêndio florestal. Nessas zonas deverá ainda ser estabelecida uma faixa de proteção contra incêndios com uma largura adequada (ex.: 5 m) ao longo dos traçados aéreos de cabos de comunicações.
O objetivo destas medidas é minimizar as situações de interrupção de serviço nos locais em que as falhas teriam impactos mais graves para as populações, como é o caso das redes de emergência e das sedes de concelho.