As relações entre a Kaspersky e os o governo dos Estados Unidos andam tremidas há alguns meses. Acusações de parte a parte tentaram mostrar que a empresa de segurança estava a trabalhar para o governo russo.
Este problema pode agora tomar proporções bem maiores, tudo graças a um novo caso, relatado pelo Wall Street Journal. Segundo esta publicação a empresa russa foi responsável por ajudar o roubo da dados da NSA.
Num artigo publicado esta semana pelo Wall Street Journal, que muitos consideram incendiário, é avançada a informação sobre um provável roubo de dados sensíveis da NSA por hackers russos. Este caso remota a 2015, e terá resultado de um erro de um consultor externo.
Do que é apresentado, este consultor terá copiado ficheiros que continham “detalhes sobre como os EUA penetravam em redes de computadores estrangeiras e se defendiam contra ciber ataques”.
O alerta dado aos hackers para a presença destes ficheiros no computador do consultor terá sido feito depois deste ter usado o antivírus da Kaspersky. Não ficou claro como esse alerta foi feito.
O possível papel da Kaspersky no roubo de dados
Apesar de todas as provas apontarem para a participação da Kaspersky neste roubo, não fica claro no artigo qual foi o papel da empresa. É normal haver partilha de informação entre o software e os servidores da empresa, mas este faz-se de forma cifrada e sempre segura.
O que é alegado é que estes canais seguros são controlados pelo governo russo e que estes conseguem ter acesso à informação que ali circula. Já em 2016 a Google tinha descoberto uma vulnerabilidade nestes processos SSL, mostrando que a segurança aplicada era reduzida e fácil de contornar.
Por provar está ainda a participação direta da Kaspersky neste roubo de dados e as suas supostas relações com o governo russo.
New conspiracy theory, anon sources media story coming. Note we make no apologies for being aggressive in the battle against cyberthreats
— Eugene Kaspersky (@e_kaspersky) October 5, 2017
A defesa da Kaspersky neste processo estranho
Eugene Kaspersky, o homem forte da empresa de segurança já veio a público defender a Kaspersky, alegando que tudo não passam de teorias da conspiração e que o único interesse é denegrir a imagem da a sua empresa, principalmente nos mercados americanos.
Há já alguns meses que as entidades governamentais norte americanas estão a procurar banir os produtos da Kaspersky das diferentes agências, sempre com o argumento de que esta está a trabalhar ativamente com as entidades russas, sempre com o intuito de roubar dados.
Não se sabe ao certo ainda o papel da Kaspersky neste novo processo e nem sequer se ele aconteceu realmente. Provavelmente nunca se saberá a verdade sobre este roubo, mas na opinião pública norte americana, a dúvida sobre as intenções desta empresa está lançada.