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Guerra comercial: China contra-ataca com taxas sobre os produtos dos EUA e uma investigação

Nesta terça-feira, a China contra-atacou as taxas impostas pelo Presidente Donald Trump sobre os produtos chineses com taxas sobre as importações dos Estados Unidos da América (EUA). A par delas, anunciou uma investigação antitrust sobre a Google.


Com taxas confirmadas para os produtos do Canadá, México e China, esta última não esperou para contra-atacar os EUA.

Apesar de as medidas definidas contra o Canadá e o México, que deveriam entrar em vigor nesta terça-feira, terem sido proteladas em 30 dias, pois os dois países tentaram apaziguar as preocupações de segurança, as taxas contra a China não foram adiadas.

Nesse sentido, a China contra-atacou as taxas generalizadas do Presidente Donald Trump sobre os produtos chineses com taxas sobre importações selecionadas dos EUA.

Mais do que isso, o país asiático anunciou uma investigação antitrust sobre a Google, entre outras medidas comerciais.

 

Terá a China retaliado de forma ponderada?

Na perspetiva de John Gong, professor da Universidade de Negócios Internacionais e Economia, em Pequim, a reação chinesa foi “comedida”.

Não creio que queiram que a guerra comercial se agrave. Veem este exemplo do Canadá e do México e provavelmente estão à espera do mesmo.

A China comunicou a aplicação de uma taxa de 15% sobre o carvão e os produtos de gás natural liquefeito, bem como uma taxa de 10% sobre o petróleo bruto, as máquinas agrícolas e os automóveis de grande porte importados dos EUA.

Mais do que isso, anunciou o controlo das exportações de vários elementos essenciais para a produção de produtos modernos de alta tecnologia: tungsténio, telúrio, bismuto, molibdénio e índio, muitos dos quais são designados como minerais críticos pelo Serviço Geológico dos EUA.

Estes controlos das exportações juntam-se aos que a China aplicou, em dezembro, a materiais-chave como o gálio.

Por fim, a Administração Estatal para a Regulação do Mercado da China anunciou que está a investigar a Google por suspeita de violação das leis antitrust, não deixando claro em que medida esta poderá afetar as operações da empresa americana, atualmente limitada na China.

O anúncio não mencionou as taxas, mas foi feito poucos minutos depois da entrada em vigor das taxas de 10% impostas por Donald Trump à China.

Na opinião de Stephen Dover, estratega-chefe de mercado e diretor do Franklin Templeton Institute, a reação da China parece calculada e ponderada.

No entanto, “o risco é que este seja o início de uma guerra comercial, que poderá resultar num menor crescimento do PIB em todo o lado, numa inflação mais elevada nos EUA, num dólar mais forte e numa pressão ascendente sobre as taxas de juro dos EUA”.

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