Fraude informática em transferência entre o PSG e o Boca Juniors
Através de técnicas de Engenharia Social, hackers fizeram-se passar por responsáveis de um dos clubes via e-mail e conseguiram, assim, levar adiante uma fraude que resultou num roubo de mais de meio milhão de euros.
A Justiça Argentina investiga o roubo de mais de meio milhão de euros que o clube francês Paris Saint Germain (PSG) deveria transferir para o clube argentino Boca Juniors como parte do pagamento pela compra do jogador argentino Leandro Paredes. Aparentemente, os autores do delito informático fizeram-se passar pelo clube argentino na troca de e-mails com o clube francês, através dos quais o Boca Juniors indicava ao PSG como realizar a transferência, informa o Infobae.
Os responsáveis pelo roubo utilizaram técnicas de engenharia social para enganar uma das partes e utilizaram o domínio bocajuniors.com.an, que é igual ao legítimo à exceção da última letra, pois o oficial é bocajuniors.com.ar. Estes detalhes foram detetados pelas autoridades do clube Boca, depois de terem enviado de França uma série de e-mails que supostamente foram trocados por supostos funcionários do Boca com os seus pares do clube parisiense, e através dos quais o PSG demonstrava, perante a reclamação do Boca, que o pagamento teria sido efetuado.
Tudo isto ocorreu entre os meses de março e abril, depois que o Boca reclamou a ausência de pagamento por parte do clube francês.
Fraude com recurso a técnicas de Engenharia Social
De acordo com detalhes publicados pelo meio de comunicação argentino, depois de analisados os e-mails enviados pelos criminosos – simulando tratar-se de representantes do Boca Juniors – para o clube francês, percebeu-se que estavam perante uma fraude. A partir dos mesmos e-mails foi possível detetar que o dinheiro foi transferido para uma conta bancária em Nova Iorque e a partir daí foi transferido para uma conta bancária no México, pertencente a uma empresa que figura como “OM IT Solutions S.A. de CV”.
Depois da denúncia às autoridades, deu-se início a uma investigação que passou por uma peritagem informática no sentido de averiguar a partir de onde acederam os criminosos para enviar os falsos e-mails. Para além disso, a instituição desportiva argentina decidiu apreender vários computadores dos empregados do clube vinculados no processo de transferência com o objetivo de colaborar com a investigação.
Esta não é a primeira vez que hackers desviam fundos relacionados com uma transferência de um jogador de futebol. No início do ano passado, por exemplo, aconteceu algo muito semelhante entre o clube italiano Lazio e o holandês Feyenoord, quando um hacker através de e-mail se fez passar por uma pessoa do clube holandês para reclamar junto do clube italiano o pagamento pela transferência do jogador Stefan de Vrij. Desta forma, o criminoso conseguiu roubar dois milhões de euros que foram depositados numa conta bancária que não pertence ao Feyenoord, diz o meio italiano IlTempo.
Dinheiro impulsiona o CiberCrime
O dinheiro é um dos principais objetivos que impulsionam o cibercrime, e dados os montantes elevados que um desporto como o futebol move, não é de estranhar que as entidades desportivas e transferências que realizam sejam um alvo para hackers.
Por outro lado, é importante lembrar que vários estudos realizados por empresas de tecnologia e segurança informática ao longo dos últimos anos demonstraram que uma percentagem altíssima de ataques informáticos é consequência de erros humanos.
O que significa que mais do que a tecnologia implementada para melhorar a segurança de qualquer empresa, ou lar, a educação e a consciência da necessidade de boas práticas é a peça mais importante para a prevenção contra incidentes de segurança, já que um descuido, como seja não prestar a devida atenção a um endereço de e-mail para detetar a tempo que se trata de uma fraude, pode ter consequências graves.
O Pplware agradece à ESET pela partilha desta notícia que mostra mais uma vez as fragilidades do mundo digital.
Este artigo tem mais de um ano
Tem que haver mão muito muito pesada para estes gajos! Daqui a pouco está toda a gente nas mãos deles!
Se a moda pega! Impecável pena não transferirem para a minha conta! Isso era a cereja no topo do bolo
PS se eles por acaso lerem o pplware eu posso dar o meu IBAN
Garantidamente que se o dinheiro fosse parar à tua conta não dizias isso, e porque? Pensa um bocadinho no que acontecia …
Não percebo que parte disto é “Hacking”, não entraram em sistema nenhum. Simplesmente fizeram-se passar por outras pessoas por e-mail. É fraude, mas definitivamente não é hacking
O nome correto é phishing mas o pplware continua a denegrir a palavra “hacker”…
+1
Isso é assim porque o sistema permite apenas fazer o controlo no INBOX e a ocultação de identidade que ajuda a mascarar os endereços de emai.
Imaginem o controlo ser obrigatório no OUTBOX. As mensagens apenas iriam sair quando o destinatário desse autorização. Até lá, seria da responsabilidade do remetente fazer a gestão da sua própria caixa de envio.
Implicações imediatas; Não existiria abuso nem incentivo na rede para enviar livremente lixo desnecessário. Até mesmo sistemas infectados com variantes Botnet não teriam sucesso. Casos práticos: IoT.
Desenhei um modelo com esse propósito mas infelizmente não tenho competências técnicas para colocar em testes na rede.
Isto é hacking?
Para um blog de tecnologia tem uma noção muito errada do que é hacking…