A situação está complicada nas empresas lideradas por Elon Musk. Na SpaceX há acusações de assédio e violência sexual e esta semana mais seis mulheres processaram a Tesla. Na acusação, alegam que a empresa falhou e não impediu o assédio sexual nas instalações da empresa em Fremont e Los Angeles.
Uma ex-engenheira da SpaceX afirma também que a empresa fomentou uma cultura de misoginia e violência sexual desenfreada que a forçou a desistir.
Assédio e violência sexual nas empresas de Elon Musk
Ashley Kosak, ex-engenheira da SpaceX, escreveu um artigo na publicação Lioness, referindo-se à empresa como “tão cheia de sexismo que o único remédio é a saída das mulheres”.
Segundo as suas declarações, o ambiente de trabalho era rodeado de “inúmeros homens que faziam investidas sexuais” na sua direção, tocavam-na sem o seu consentimento e até apareciam à porta da sua casa.
Relatei cada incidente de assédio sexual que vivi ao RH e nada foi feito. Disseram-me que assuntos dessa natureza eram muito particulares para serem discutidos abertamente com os perpetradores.
Escreveu Kosak.
Cultura empresarial tóxica
Kosak apontou o dedo ao CEO Elon Musk especificamente pelo que ela diz ter o papel de fomentar uma cultura empresarial tóxica. Aliás, ela não poupou nas suas críticas ao filantropo sul-africano.
O comportamento de Elon Musk tem uma semelhança notável com o comportamento de um homem sádico e abusivo que já havia feito parte da minha vida.
Referiu Kosak.
No decorrer do seu texto ela acrescentou que o CEO “usa os engenheiros como um recurso a ser explorado, em vez de uma equipa a ser liderada” e que “a misoginia é galopante” na sua empresa.
Ela também criticou as suas alegações de que a empresa estará à beira da falência, uma vez que ele detém o dinheiro e os recursos para evitar tal destino.
Se mais dinheiro fosse necessário, Elon poderia ‘trabalhar mais’ (como ele frequentemente admoesta os seus engenheiros a fazerem) para obter fontes onde arrecada os fundos, em vez de ameaçar falência.
Escreveu a ex-engenheira da SpaceX.
Na sua declaração a mulher acusa o CEO de empurrar os engenheiros até ao ponto de exaustão. Ele repreende os funcionários por não atenderem às expectativas que ele muda na velocidade da chicotada ou ameaça os trabalhadores de perder o emprego se eles não aumentarem a sua produção.
A Tesla sofre do mesmo mal
Esta semana vimos que estas experiências de Kosak ressoam noutros negócios do mundo de Musk. A Tesla foi atingida por vários processos judiciais no mês passado por funcionários que foram assediados sexualmente pelos seus colegas de trabalho. E há agora mais seis mulheres que processaram a Tesla. As mulheres alegam que a empresa falhou no impedir o assédio sexual desenfreado nas instalações da fábrica em Fremont, Califórnia, e nos centros de serviço na área de Los Angeles.
Se se confirmarem, as alegações apresentam um reflexo sombrio de Musk e do tipo de cultura que ele promove. Contudo, como temos visto, no lado do seu concorrente, na Blue Origin, existem acusações semelhantes. À medida que os funcionários se começam a manifestar, será que poderemos ser confrontados com mais histórias desta natureza? Parece que o livro está agora aberto e logo no ano que Musk é eleito Personalidade do Ano 2021 pela prestigiada revista TIME.