Se acha que pode dizer o que quer na Internet e que tudo cai em saco roto, cuidado, pode estar muito enganado e o futuro passa mesmo por investigar o que diz e escreve nas redes sociais.
O governo dos Estados Unidos pediu, de forma discreta, que alguns visitantes estrangeiros forneçam o seu Facebook, Twitter e outras contas de redes sociais ao chegarem ao país. O Departamento de Segurança Interna aprovou uma nova proposta que autoriza os órgãos de imigração norte-americanos a analisar a presença online de todos aqueles interessados em tirar visto para entrar no país.
Redes Sociais são o novo “cadastro”
Desde a passada semana, os viajantes estrangeiros que chegam aos Estados Unidos no programa de isenção de visto recebem um pedido “opcional” para “inserir informações associadas à sua presença online”, confirmou um funcionário do governo na quinta-feira. O requisito inclui um menu que lista várias plataformas, incluindo Facebook, Google+, Instagram, LinkedIn e YouTube, além disso, há um espaço para que os utilizadores insiram os seus nomes de conta nessas redes.
Esta nova política surge numa altura em que Washington tenta melhorar a sua capacidade de detectar e negar a entrada de indivíduos que têm laços com grupos terroristas como o Estado Islâmico. Mas o governo tem enfrentado uma enxurrada de críticas desde que foi lançada a ideia no Verão passado. A Associação da Internet, que representa empresas como Facebook, Google e Twitter, juntou-se a defensores do consumidor para argumentar que o projecto ameaçava a livre expressão e colocava novos riscos de privacidade e segurança aos estrangeiros, indo contra o que o actual presidente Barack Obama sempre prometeu.
Uma porta-voz da Alfândega e Proteção de Fronteiras referiu que o governo aprovou a mudança no dia 19 de Dezembro para reforçar a política de “identificar potenciais ameaças”, indo contra o que havia anteriormente dito (que não iria proibir a entrada de estrangeiros que não fornecessem as suas informações das contas das redes sociais).
A questão em si é incluída no que é conhecido como o Sistema Electrónico para Autorização de Viagem (ESTA), um processo que alguns viajantes estrangeiros devem completar para ir para os Estados Unidos. ESTA é um formulário que é preenchido especificamente por aqueles que querem entrar nos Estados Unidos através do programa de isenção de vistos e que permite que os cidadãos de 38 países possam viajar e permanecer nos Estados Unidos por um período até 90 dias sem um visto.
Este método preocupa as organizações pelo facto que pode criar, noutros países democratas e não democratas, uma justificação para exigir aos cidadãos que abram a sua informação online para ser vasculhada, conseguindo dessa forma aceder a dados privados sem um motivo que o justifique ou que seja plausível para expor a informação a um escrutínio público.
Via: Politico