Pplware

EUA: Mísseis Nucleares controlados por computadores de 1970

Já sabíamos que existem tarefas, em determinados serviços, que não evoluíram para as mais modernas tecnologias. Em tempos foi dado a conhecer que no Aeroporto de Orly, França, o sistema DECOR ainda corre com o Windows 3.1, em pleno século 21.

Agora ficamos a saber que os Estados Unidos têm computadores de 1970, onde as disquetes são quem controla os mísseis nucleares intercontinentais, os bombardeiros nucleares e os aviões de reabastecimento aéreo. Mas isso não é de todo mau!

Windows 3.1, disquetes e software de 1970

Um relatório do Government Accountability Office (GAO), organismo responsável pela gestão de dinheiros públicos, condena a utilização de equipamentos desactualizados pelas agências federais. No ano fiscal de 2015, o governo dos Estados Unidos gastou 75% do orçamento para TI em manutenções em vez de investir em modernização. Estas despesas de operação e manutenção tiveram um custo de aproximadamente 54 mil milhões de euros, três vezes mais do que a verba utilizada para modernizar as estruturas.

Foram ainda revelados casos onde a situação é ainda mais preocupante. Segundo o relatório, o Departamento de Defesa utiliza disquetes de 8 polegadas no sistema que controla as funções operacionais das forças nucleares nacionais. Estas funções são, por exemplo, o controlo dos mísseis intercontinentais, os bombardeiros nucleares e os aviões de reabastecimento aéreo. Há vários casos de máquinas ainda com Windows 3.1 e disquetes em operações sensíveis.

 

Mísseis Nucleares: Estabilidade e confiança são um trunfo

Os equipamentos das Agências Federais estão de tal forma ultrapassados que já não há suporte quer para o software que utilizam quer para o hardware existente. Há disquetes que estão em utilização em computadores IBM series/1, colocados em 1970, refere o relatório.

Contudo, os responsáveis referem que querem assegurar o máximo de confiabilidade e eficácia dos sistemas críticos de armamento. Assim, se um sistema é ‘velho’, mas ainda confiável, então eles preferem mantê-lo e usá-lo.

 

E em termos de segurança?

Há um benefício bizarro no sistema de segurança destes sistemas. Um sistema novo, mais moderno, pode ter falhas de segurança que exponham o sistema a ataques. Um sistema antigo, contudo, está isolado pela sua própria idade. Será difícil a um potencial hacker comprometer o hardware que nada faz sem as disquetes.

Membro da unidade de mísseis de combate, comandante Katie Grimley, coloca disquete num módulo de controlo de comunicação no centro de alerta e lançamento de mísseis na base da força aérea de Malmstrom

Isto mostra que embora possa trazer alguns problemas operacionais, no que toca à manutenção do software e hardware, traz, contudo, uma maior confiança no campo da segurança, onde certamente os hackers não terão como chegar a sistemas onde a idade já varreu muitos processos de ataque.

Há dentro do sistema ainda organizações, como a agência encarregada dos veteranos de guerra, onde ainda está em uso software desenhado na antiga linguagem de programação Cobol.

Só resta saber se o que orienta os mísseis ainda está com a última actualização de 1970… onde o mundo tinha outras premissas de paz e de guerra!

 

Los Angeles Times

Exit mobile version