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Estudo diz que cálcio é fruto de explosões estelares

Carl Sagan, astrónomo, astrofísico, cosmólogo, entre outros, disse uma vez que os seres humanos são feitos de material celeste. Pelos vistos, podemos ser mesmo, pois, de acordo com um novo estudo, o cálcio presente nos nossos ossos e dentes é de outro mundo.

Isto, porque esse cálcio pode ter tido origem em estrelas que, ao explodir em supernovas, espalharam minerais pelo universo em enormes quantidades.


Um fenómeno que abre portas a novas investigações

Uma equipa global de quase 70 cientistas uniu-se, depois de receber o inquérito de um astrónomo amador. Em abril de 2019, Joel Sheperd registou uma explosão, enquanto observava, através do seu telescópio, a galáxia espiral chamada Messier 100, a 55 milhões de anos-luz da Terra.

O inquérito de Sheperd espalhou-se pela comunidade científica e os telescópios do mundo voltaram a sua atenção para o fenómeno anómalo, que ficou conhecido como SN2019ehk. De entre eles, o Neil Gehrels Swift Observatory, em órbita, o Lick Observatory, na Califórnia, e o W.M. Keck Observatory, no Havai.

Conforme solicitado, o observatório do Havai devia observar o evento à luz da ótica e o da Califórnia observar os raios-X e ultravioleta. Os resultados das observações posteriores foram publicados no The Astrophysical Journal.

Estas observações que se seguiram ao evento em si foram feitas cerca de 10 horas após a deteção da supernova. Ademais, as emissões raio-X da explosão só ficaram visíveis durante cerca de 5 dias.

O cálcio é fruto das explosões de estrelas?

De acordo com as observações e pesquisas feitas, é possível dizer que uma generosa parte do cálcio do universo provém de supernovas. Contudo, este tipo de explosão é raro e, por isso, torna-se difícil a sua análise, tornando incerta a origem do elemento.

Aliás, as explosões e fusões de estrelas são conhecidas por criarem outro tipo de elementos pesados, como ouro e platina. Todavia, o cálcio tem estado sob um manto misterioso… Até agora! Isto, porque os cientistas observaram uma supernova rica em cálcio e os raios-X revelaram informações novas e intrigantes sobre a supernova e sobre a própria estrela antes de explodir.

De acordo com os astrónomos, o cálcio é formado pela combinação do calor e da pressão provocados pela explosão da estrela. Assim, a reação química que gera o cálcio é impulsionada.

Normalmente, é apenas produzida uma pequena quantidade de cálcio por cada estrela. No entanto, quando ocorre uma supernova rica em cálcio, são criadas e libertadas quantidades absurdas do elemento, em questão de segundos.

A autora de estudos superiores e professora assistente de física e astronomia no Northwestern’s Weinberg College of Arts and Sciences disse que o SN 2019ehk emitiu o maior volume de cálcio alguma vez observado num único evento.

Foi o mais rico dos ricos.

Apesar de o Hubble Space Telescope observar esta galáxia há 25 anos, nunca registou a estrela que causou a explosão rica em cálcio. Isto, porque poderia acontecer em fenómenos mais ténues e, por isso, passar despercebida. Como é algo raro, é possível que essa natureza suave seja uma característica intrínseca a supernovas ricas em cálcio, quando comparadas a supernovas comuns.

Nos planos está o seguimento do estudo de supernovas deste género, a fim de solidificar esta teoria e de consolidar o conhecimento face às supernovas ricas em cálcio.

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