Atualmente praticamente todos os jovens do mundo estão ligados à Internet e às mais variadas redes sociais, adquirindo várias competências do mundo digital. No entanto, um recente estudo concluiu que os empresários dizem que os jovens da Geração Z não estão preparados para o trabalho uma vez que têm poucas habilidades de comunicação e pouca ética de trabalho.
Jovens mal preparados para o mundo do trabalho?
Uma recente pesquisa realizada pela Intelligent.com entrevistou 1.243 líderes do setor empresarial para determinar como é que estes sentem a sua experiência a trabalhar com a Geração Z, que são os jovens nascidos entre 1997 e 2012, e que se formaram no ensino superior entre o ano de 2020 e 2023.
E de acordo com os resultados, de uma maneira geral os empresários consideram que estes jovens não estão preparados para a força de trabalho, uma vez que têm poucas habilidades de comunicação e pouca ética de trabalho. Em concreto, 4 em cada 10 líderes empresariais dizem que os recém-formados não estão preparados para ingressar no mercado de trabalho.
Ou seja, 40% consideram que os jovens que acabaram de se formar não estão preparados para o trabalho e os principais motivos para isso estão relacionados com a pouca ética de trabalho e fracas habilidades de comunicação. Para além disso, mencionam ainda a falta de habilidades tecnológicas também contribuíram para a fraca preparação dos licenciados.
De todos os empresários que consideram que os jovens licenciados estão mal preparados, 88% consideram que essa é uma realidade mais verdadeira agora do que em comparação com o que se via há 3 anos. E quase todos esses inquiridos (94%) admitiram que também evitam contratar recém-formados.
Por sua vez, os gerentes acreditam que a cultura é uma das culpadas pela fraca preparação, mas cerca de metade também consideram que os pais, educadores e a pandemia da COVID-19 tiveram um papel importante neste panorama.
E 88% ainda acreditam que se as universidades tivesse aulas de etiqueta, a situação poderia melhorar.
Os resultados indicam ainda que parte deste descontentamento estará relacionado com o facto de muitos empresários terem tido a experiência em que um recém-formado pediu um salário extremamente alto. Alguns jovens pediam ordenados de 100.000 dólares, quando muitos dos cargos ganham 70.000 dólares ou menos.
Pode ver os resultados completos aqui.
O que é a Geração Z?
A Geração Z, também conhecida como Zoomers, inclui as pessoas nascidas aproximadamente entre 1997 e 2012. Eles sucedem os Millennials e são a primeira geração a crescer num mundo totalmente conectado à internet, com smartphones e redes sociais desempenhando um papel central nas suas vidas desde muito jovens.
Características da Geração Z
- Contexto histórico:
- Cresceram com acesso quase constante à internet e tecnologias móveis.
- Foram impactados por eventos globais como a crise financeira de 2008, a pandemia de COVID-19 e o aumento da consciência sobre mudanças climáticas.
- Traços culturais e sociais:
- Digitally native: São nativos digitais, familiarizados com a tecnologia desde o início. Redes sociais como TikTok, Instagram e Snapchat desempenham um papel central nas suas vidas.
- Inclusão e diversidade: Valorizam fortemente a igualdade, a diversidade e a representatividade.
- Mentalidade global: Cresceram num mundo interconectado, com maior exposição a diferentes culturas e questões globais.
- Valores e estilo de vida:
- Pragmáticos e realistas: Diferentemente dos Millennials mais idealistas, a Geração Z tende a ser mais prática devido às crises económicas e políticas que testemunharam.
- Bem-estar e saúde mental: Estão mais conscientes da importância da saúde mental e frequentemente procuram equilíbrio emocional.
- Consumo ético: Preferem marcas que demonstrem responsabilidade social e ambiental.
- Educação e trabalho:
- Têm acesso ilimitado a recursos de aprendizagem online e valorizam a educação autodirigida.
- São empreendedores e frequentemente buscam alternativas ao emprego tradicional, como startups e trabalhos freelance.
Contribuições e desafios
- Contribuições:
- Estão a redefinir o consumo digital, as redes sociais e as formas de comunicação.
- Lideram movimentos sociais, especialmente relacionados ao clima, igualdade de género e justiça racial.
- Impulsionam inovações tecnológicas e culturais através de criatividade e novas perspetivas.
- Desafios:
- Pressão das redes sociais e comparação constante.
- Lidar com incertezas económicas, como mercados de trabalho competitivos e questões relacionadas ao custo de vida.
- A crescente dependência de tecnologia pode trazer desafios de equilíbrio digital.