É unânime que os computadores Macintosh estão claramente acima da média em termos de qualidade de construção e robustez em geral. Já em termos de software é discutível, não necessariamente condicionado pelo sistema em si mas sim pelas empresas que para esse sistema desenvolvem.
O que é facto é que nunca houve uma massificação dos computadores Apple em 30 anos da sua existência, quer no mercado empresarial quer no doméstico. Neste artigo deixo algumas razões que podem justificar o porquê da massificação dos computadores Mac nunca ter sido bem sucedida.
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Quando se fala em PCs e Macs, surge sempre uma elevada quantidade de argumentação por cada uma das partes, tipicamente defendida por quem a utiliza. De acordo com o Net Market Share e o StatCounter, não há dúvidas quanto à disparidade no número de utilizadores de cada um dos tipos de computador, onde a utilização do Mac se fica actualmente por 8% no mercado global dos computadores.
Como exemplo, no último trimestre a Apple enviou para as lojas 4.8 milhões de unidades da linha Mac. Na indústria de PCs Windows (aquela que está em queda), esse número é atingido em menos de 1 semana.
Sem dúvida que o mercado empresarial é a “locomotiva” que está por detrás do sucesso da venda de PCs durante anos e anos e, no que diz respeito ao Mac, o “nicho” que corresponde à área gráfica (design) e de produção de som e vídeo é o que, por enquanto, continua a estar mais forte no Mac e a direccionar maior preferência.
Deixo 6 razões que conseguem justificar o porquê de, em 30 anos, o share mundial do Mac não ter chegado aos 2 dígitos.
1. As empresas optam por Windows
Se já há a questão da inércia em manter a mesma versão do Windows, quanto mais migrar para um sistema operativo completamente novo…
2. Os Macs são caros e não se coadunam com os típicos orçamentos apertados para IT
Mesmo supondo que o preço unitário de um PC é superior ao referido, podem contabilizar-se ainda custos adicionais para computadores Mac, como software de virtualização e licenças do Windows para contemplar a utilização de aplicações até então sem substituto.
3. Suite Microsoft Office é menos refinada no Mac
No caso da versão para Mac, o Outlook é ainda “recém-chegado” e algumas aplicações nem sequer existem, como é o caso do Microsoft Access. Não é que isso seja uma forte condicionante, até porque poderá colidir apenas com um público residual, mas é um facto que pesa quando se pretende que não haja problemas na produtividade.
4. Os computadores PC de secretária ainda não morreram!
Desde há alguns anos que a Apple se foca essencialmente nos computadores portáteis e o iMac, embora seja um computador de secretária, não contempla a maioria das vantagens que o típico PC de secretária tem, descritas acima… e já para não falar no novo Mac Pro, útil a um “dízimo da minoria”.
5. A gestão individual dos Macs é impraticável
Um computador Mac é encarado como um dispositivo “móvel”, concebido para ser gerido individualmente e não como um todo, como um membro de um domínio. Dessa forma o trabalho dos gestores de domínio é bastante dificultado dadas as limitadas e pobres ferramentas de suporte.
6. A Apple não fornece suporte de longo prazo
Já a Apple, abandona rapidamente o suporte para as versões mais antigas do Mac OS X. É verdade que a actualização para a versão mais recentemente é gratuita, tal como aconteceu recentemente com o Mavericks, mas isso não significa que não hajam encargos para quem gere e produz software, de modo a garantir a máxima compatibilidade.
Será este facto a evidência da despreocupação da Apple para com um mercado tão promissor?! Ou não valerá a pena tentar sequer entrar nesse mercado quando é evidente a falha?
É ainda de notar que cada vez mais se vêem dispositivos móveis dentro das empresas, nomeadamente iPads, e nessa área a Apple é ímpar… mas um iPad continua a ser ainda um dispositivo pouco produtivo e desadequado para a maioria das actividades profissionais, no verdadeiro sentido da palavra! E isso não parece justificar uma hipotética estratégia de criação de um ecossistema empresarial baseado em dispositivos móveis… ou será esse o caminho?!