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Drones ucranianos têm nova tecnologia de navegação para evitar o bloqueio russo ao GPS

Os russos, para evitar e desorientar os drones armadilhados da Ucrânia, utilizam várias táticas e tecnologias. Uma muito usada é o jamming (bloqueio de sinais). É utilizado um sistema de bloqueio de sinais de GPS e comunicações, o que pode desorientar ou desativar os drones, impedindo-os de alcançar o alvo. Contudo, os ucranianos já vão mais à frente que a Rússia.


Um novo “GPS” da Ucrânia para enganar os russos

A empresa ucraniana Sine.Engineering revelou uma alternativa ao sistema de navegação por GPS. Desenvolveram este sistema para combater a guerra eletrónica da Rússia, que tem causado grandes perturbações nos sinais GPS.

Para evitar a interferência, a Sine criou uma solução que dispensa o uso de satélites. A abordagem é inspirada nos métodos de “time-of-flight” (ToF), que já eram usados para monitorizar aeronaves antes da criação do GPS.

Tecnologia de navegação que dispensa satélites

Ao contrário do GPS, os sistemas ToF não dependem de satélites. Em vez disso, medem o tempo que um sinal leva a viajar entre um transmissor e um alvo. No sistema da Sine, os cálculos vêm de um módulo de comunicação para drones.

Menor que um cartão bancário, o módulo partilha sinais com uma estação terrestre e dois beacons, medindo depois o tempo que os sinais demoram a percorrer a distância.

Como os beacons e a estação terrestre têm coordenadas estáticas conhecidas, o software consegue determinar com precisão as coordenadas do drone. Além disso, o módulo pode operar em várias larguras de banda, permitindo que a aeronave evite interferências que visam frequências específicas.

O mais importante é que o sistema é relativamente barato. Ao oferecer precisão acessível, a Sine pretende acelerar a transição da Ucrânia para drones autónomos.

As forças armadas do país já apoiam o plano e já implementaram o módulo da Sine em operações militares.

Novo caminho para os drones

Segundo a Sine, o sistema já está em uso em missões de inteligência, vigilância e reconhecimento.

O próximo alvo são os drones FPV (primeira pessoa), aeronaves baratas, mas eficazes, equipadas com câmaras que transmitem imagens para pilotos remotos.

Os testes nos FPVs começaram no mês passado.

Nós esperamos uma implementação no campo de batalha em breve.

Disse Andriy Chulyk, CEO e cofundador da Sine, em entrevista por e-mail.

Esta capacidade de posicionamento está integrada no módulo de comunicação principal. Crédito: Sine.Engineering

Além dos FPVs autónomos, Chulyk planeia apoiar operações em enxame.

A nossa tecnologia permite voos coordenados de múltiplos drones, permitindo-lhes operar como unidades coesas.

Afirmou.

No entanto, a autonomia não é o único objetivo. O módulo da Sine também visa reduzir as barreiras de entrada para pilotos humanos de aeronaves não tripuladas.

Isso simplifica significativamente a operação dos drones através da automação e interfaces de controlo intuitivas, semelhantes às dos drones de consumo, como o Mavic.

Explicou Chulyk.

A caminho do mercado

A Sine foi fundada em 2022 com o objetivo de contrariar as operações de drones russos. À medida que o combate aéreo evoluía, a startup começou a explorar novos sistemas de navegação.

Devido à interferência e falsificação generalizada, o GPS tornou-se uma vulnerabilidade crítica. Ao mesmo tempo, os drones FPV baratos estavam a transformar os campos de batalha. No entanto, os seus sistemas de posicionamento eram limitados.

Os fundadores da Sine decidiram criar uma atualização acessível. A invenção promete melhorar a navegação, expandir a autonomia e evitar a guerra eletrónica.

Na perspetiva de Chulyk, tais melhorias estão a tornar-se essenciais.

Sem capacidades de navegação fiáveis, a transição para operações autónomas — necessária para a verdadeira escalabilidade — continua fora de alcance.

Isto cria uma lacuna crítica de capacidades na guerra moderna, onde a capacidade de desplegar grandes números de plataformas autónomas pode proporcionar vantagens decisivas.

Afirmou.

A guerra parece afiar o engenho e este poderá ser uma nova tecnologia aplicada a “coisas simples” do nosso dia a dia.

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