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COVID-19: variante brasileira é mais transmissível e ilude sistema imunitário

Foi a 2 de março de 2020 que Portugal registou os primeiros casos de COVID-19. Desde essa data que os números têm disparado e para complicar toda a situação têm aparecido algumas variantes. A variante do Reino Unido é a que se tem destacado mais, pelo seu grau de transmissibilidade, mas há outras aparentemente mais perigosas.

Dados revelados por dois estudos preliminares revelam que a variante brasileira do SARS-COV-2 é mais transmissível e ilude sistema imunitário.


Variante brasileira pode ter carga viral até 10x mais elevada

A nova estirpe do SARS-COV-2, detetada no Brasil, P.1, poderá ter uma carga viral até dez vezes mais elevada e é capaz de iludir o sistema imunitário de quem já possuía anticorpos, revelam dois estudos preliminares.

De acordo com Ester Sabino, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do grupo da USP que participou da investigação realizada pelo Centro Brasil-Reino Unido para a Descoberta e Diagnóstico de Abrovírus (CADDE)…

Provavelmente faz as três coisas ao mesmo tempo: é mais transmissível, invade mais o sistema imunitário e, provavelmente, deve ser mais patogénica

O estudo preliminar, realizado por investigadores brasileiros e ingleses, sugere que a nova variante brasileira, detetada no estado do Amazonas, seja entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível do que as que a precedem e “provavelmente” isso é um dos fatores responsáveis pela segunda vaga da pandemia do novo coronavírus no Brasil.

Os cientistas também concluíram que a nova estirpe é capaz de atacar o sistema imunológico e causar uma nova infeção em parte dos indivíduos já infetados pelo SARS-CoV-2, concretamente entre 25 e 61%.

Não se podem explicar tantos casos a não ser pela perda de imunidade.

Disse Ester Sabino, que coordenou o estudo em conjunto com o investigador Nuno Faria, da Universidade de Oxford.

O estudo preliminar é baseado num modelo matemático realizado pelo Imperial College London, baseia-se na análise de genomas de 184 amostras de secreção nasofaríngea de pacientes diagnosticados com COVID-19 em laboratórios de Manaus entre novembro de 2020 e janeiro de 2021.

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