A Coreia do Norte emitiu ameaças contra os Estados Unidos da América (EUA) pelo uso de aviões destinados a espionagem.
A Coreia do Norte acusou os EUA de violar, sobrevoando, a zona económica exclusiva do país, para espionagem, ontem, dia 10 de julho.
Um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou, novamente, o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte], ao entrar nos céus da Zona Económica Exclusiva (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL).
Lê-se, num comunicado, publicado pela agência central de notícias da Coreia do Norte, KCNA.
Zonas económicas exclusivas
Áreas marítimas que se estendem por 200 milhas náuticas (cerca de 322 km), após a faixa de água de 12 milhas (cerca de 19 km) que é considerada parte do território de um país.
Segundo o Direito do Mar, estabelecido pela Convenção das Nações Unidas, o Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos biológicos e minerais, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e no seu subsolo.
Tem também direitos de soberania no que se refere a outras atividades relacionadas com a exploração e aproveitamento da zona para fins económicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos ventos.
Tem ainda jurisdição, no que se refere à colocação e utilização de ilhas artificiais, instalações e estruturas; investigação científica marinha; proteção e preservação do meio marinho; e outros direitos e deveres previstos na Convenção UNCLOS (CNUDM).
Nestas áreas, qualquer outro Estado goza do direito de navegação e sobrevoo.
Através do comunicado, o país assegurou que reagirá àquilo a que chamou de “provocação”, considerando que o suposto avião militar dos EUA sobrevoou as águas norte-coreanas oito vezes. Conforme ameaçou, os EUA enfrentarão consequências, se insistirem na “invasão ilegal”.
Se os EUA ainda não perceberam que o perigo está a chegar diretamente a eles, desrespeitando os avisos da Coreia do Norte, a Coreia do Norte não tem culpa.
[…] Se sofrerem um desastre, será o resultado natural dos seus atos.
Lê-se no comunicado, assinado por Kim Yo Jong, vice-diretora do Comité Central do Partido dos Trabalhadores e irmã do líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-Un.
O domínio absoluto sobre o seu país é assinatura da Coreia do Norte, pelo que um aviso desta envergadura não deverá ser ignorado pelos EUA. Ainda mais, quando os seus avanços tecnológicos e científicos são desconhecidos e é seu predicado fazer o mundo temer os seus próximos passos.