Toda a gente já sabe que os computadores disponíveis nas escolas portuguesas são velhos e que há problemas ao nível da internet. Em 2018, uma das queixas partiu da Associação de Professores de Informática e o relatório do Conselho Nacional de Educação (CNE) revelou números preocupantes no que diz respeito à tecnologia dentro da sala de aula.
Agora, foi a vez dos Diretores das escolas voltarem a insistir neste assunto preocupante.
Em declarações ao jornal Publico, os Diretores das escolas apontam o desinvestimento nas tecnologias como explicação para a quebra abrupta do acesso dos alunos portugueses a computadores ou portáteis nas salas de aula. Ministério garante que este Governo “voltou a investir numa agenda digital”.
De acordo com o estudoMeasuring Innovation in Education, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a percentagem de alunos portugueses com acesso a portáteis nas escolas caiu de 55% para 43%, entre 2009 e 2015.
Para o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lim, a culpa de se ter chegado a este ponto não é das escolas nem dos professores. Para o presidente da ANDAEP, “o que existe nas salas de aula é um computador e um videoprojector em cima da mesa do professor. A rede de Internet nas escolas não é fiável e está sempre a cair”.
Questionado pelo PÚBLICO, o Ministério da Educação começa por salientar que os dados apontados no relatório da OCDE referem-se aos anos de 2015/2016, “depois de, nessa legislatura, a decisão ter sido a de cancelar o Programa Tecnológico da Educação”.
Com a entrada em funções do atual Governo, garante, “voltou a investir-se numa agenda digital”. Em resposta por escrito, o ministério enumera medidas como o “alargamento da disciplina ‘tecnologias de informação e comunicação’ a todos os anos do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e o reforço desta componente no 1.º ciclo”, a “distribuição de licenças digitais associadas ao programa de gratuitidade de manuais escolares” e o “desenvolvimento de um programa de formação específica para professores na área das tecnologias de informação e comunicação”.
Ao mesmo tempo, “no quadro dos recursos disponíveis, o Ministério da Educação está a investir na rede de Internet das escolas e na aquisição de computadores para uso partilhado”.