Por causa da pandemia por COVID-19 tem-se registado uma crise na área dos semicondutores. Os materiais semicondutores são uma das matérias-primas necessárias para a produção de circuitos integrados que permitem que os dispositivos eletrónicos (ex. telemóveis, computadores micro-ondas, smartphones, smartwatches) armazenem e transmitam dados.
O segmento automóvel tem sido um dos mais afetados. Em Portugal a Autoeuropa é novamente obrigada a parar por causa da falta de semicondutores.
Autoeuropa vai recorrer ao “Programa de Apoio à Atividade Económica”
A fábrica de automóveis da Autoeuropa, em Palmela, volta a parar a partir deste sábado. O motivo é a falta de semicondutores que leva tem levado a empresa a perdas de produção sucessivas.
Segundo revelou a empresa, com esta nova paragem de produção, que se prolonga até dia 21 de setembro, a fábrica do grupo alemão Volkswagen atinge um total de “95 turnos cancelados e 28 860 unidades perdidas”.
A administração da Autoeuropa anunciou a semana passada que pretende recorrer ao “programa de apoio à atividade económica” com o objetivo de garantir o rendimento individual de cada colaborador da empresa.
A escassez de semicondutores tem tido um impacto forte na indústria automóvel. Segundo um estudo da Bloomberg, o impacto será na ordem dos 100 mil milhões de dólares em vendas não realizadas.
Segundo dados da ACAP, o mercado automóvel português cresceu 18,1% nos primeiros sete meses deste ano, em termos homólogos, mas em comparação com 2019 caiu 34,2%.
A Volkswagen Autoeuropa, em Palmela, uma das unidades de produção que a Volkswagen tem em 14 países, é o maior investimento estrangeiro em Portugal, sendo uma fábrica de automóveis multiproduto e multimarca — são aqui produzidos os modelos T-Roc, Sharan e SEAT Alhambra.
Esta fábrica de Palmela concluiu o ano de 2018 com 5800 colaboradores e 223 200 unidades produzidas. Em 2019 representou 1,6% do PIB e 75% de toda a produção automóvel em Portugal, chegando às 254 600 unidades.