Júpiter é muitas vezes descrito como sendo um pequeno sistema solar. Os gases mais abundantes que o constituem são os mesmos do sol – hidrogénio e hélio – e na sua órbita encontra-se um vasto número de luas.
Mais de 400 anos depois de Galileu Galilei ter descoberto as primeiras luas de Júpiter, astrónomos norte-americanos descobriram mais uma dúzia delas, aumentando assim o número total de luas do maior planeta do sistema solar para 79.
Uma descoberta acidental…
Enquanto estavam à procura de um possível novo planeta gigante a orbitar o sol para lá da órbita de Neptuno (o famoso Planeta X), uma equipa de investigadores do Carnegie Institution of Science, liderada por Scott Sheppard, descobriu mais 12 luas de Júpiter até agora desconhecidas.
Em março deste ano, a equipa norte-americana estava a utilizar o seu telescópio no Chile quando reparou que Júpiter estava exatamente na parte do céu que queriam estudar. Para além disso, um importante fator que contribuiu para esta descoberta foi o facto de terem anexado uma câmara bastante grande ao telescópio Víctor Blanco.
A câmara permitiu-nos investigar toda a área à volta de Jupiter com relativamente poucas imagens.
Scott Sheppard
Uma das luas é bastante estranha…
Os astrónomos descobriram factos muito interessantes em relação a estas 12 novas luas. Duas delas possuem uma órbita muito mais próxima de Júpiter e orbitam no mesmo sentido do planeta, demorando menos de um ano a viajar em torno dele.
Nove destas luas têm órbitas retrógradas, o que significa que orbitam no sentido contrário à rotação de Júpiter. Na verdade, das 67 luas de Júpiter que anteriormente conhecíamos, 33 tinham órbitas retrógradas. Estes dois grupos de luas são chamados de satélites irregulares devido à forma irregular ou não-circular das suas órbitas.
E agora, a parte mais interessante e peculiar desta descoberta. Das 12 luas, 11 foram chamadas de “normais” pelos cientistas, mas uma delas é bastante invulgar devido ao seu diâmetro de apenas um quilómetro. Esta é a lua mais pequena conhecida até ao momento.
Os astrónomos deram o nome de Valetudo a esta pequena lua para homenagear a Deusa romana da saúde.
Uma incrível oportunidade para aprender mais…
Apesar de esta lua mais estranha orbitar no mesmo sentido de Júpiter, está muito próxima do grupo de luas que tem uma órbita retrógrada, o que significa que existe um grande risco de colisão.
O cientista Scott Sheppard, suspeita que a lua Valetudo seja uma prova da existência de uma lua bastante maior que orbitava Júpiter mas que foi destruída devido a violentas colisões. Estas colisões não são assim tão frequentes e se uma acontecesse seriamos capazes de deteta-las muito facilmente a partir da Terra. Mas é muito pouco provável que tal aconteça em breve.
Ainda assim, se continuarmos a investigar, estas luas e colisões podem revelar muito mais acerca da origem do nosso sistema solar. Planetas como Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno formaram-se varrendo objetos mais pequenos. Estaremos a olhar para algo semelhante aos primeiros objetos que constituíram o nosso sistema solar?